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Onde é que pára a farmácia? No metro

Imaginava vir a casar-se com aquele seu colega (ou aquela colega, conforme o caso) do secundário, naquela fase em que nem sequer sabia o que ia fazer da sua vida? Mais: caso tivesse efectivamente casado com esse mais-que-tudo, imaginava ver...

25 de Fevereiro de 2010 às 11:05
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Os donos da parafarmácia
| Diogo e Rita Gama da Rocha fazem uma “joint-venture” de competências na gestão da rede Farmetro.

Rede de parafarmácias já se encontra em três estações do metropolitano do Porto e pretende expandir-se. Empresa é liderada por marido e mulher

Imaginava vir a casar-se com aquele seu colega (ou aquela colega, conforme o caso) do secundário, naquela fase em que nem sequer sabia o que ia fazer da sua vida? Mais: caso tivesse efectivamente casado com esse mais-que-tudo, imaginava ver ambos a liderar uma mesma empresa? Rita Gama da Rocha sente-se, mais do que ninguém, identificada com esta história. Criou, com o marido, a Companhia Portuguesa de Saúde e Bem-Estar (CPS-BE), detentora da marca Farmetro.

O "core" da empresa são as parafarmácias, nada mais do que espaços onde pode comprar todo o tipo de medicamentos que não necessitem de receita médica. A particularidade das parafarmácias da Farmetro, e o nome dá umas pistas, é o facto de estarem situadas nas estações do metro do Porto e de terem o formato de um "quiosque".

Certo é que este é um negócio arriscado, pelo menos a atender ao sucedido em 2005: na altura, abriram várias parafarmácias, como uma visita a um qualquer 'shopping 'comprova. Porém, a maioria redundou em "fracasso". "É que quem investiu nelas não percebia de farmácia e não sabia fazer uma selecção correcta dos produtos para pôr à venda. Nós sabemos", explica a directora-técnica da Farmetro, Rita Gama Rocha, 34 anos e formada em ciências farmacêuticas.

Saber de marcas
Mas esta é uma história a dois, já que o marido de Rita Gama da Rocha também é protagonista. Diogo Gama Rocha, o tal colega do secundário que ficou para a vida, traz uma mais-valia ao negócio - ele sabe de marcas.

Andava o calendário por 1998 quando Diogo Gama Rocha fundou a OM Design, empresa familiar da qual ainda é director-geral e sócio maioritário. A mesma OM Design que é, desde 2002, a agência de publicidade da comunicação do metro do Porto.

"A minha mulher tem a experiência a nível técnico e de contacto com o cliente; eu tenho-a a nível do 'marketing', devido à agência, além de saber qual é o fluxo de pessoas dentro das estações", sustenta Diogo Gama Rocha.

Marido e mulher conhecem-se há 20 anos, estão casados há dez e, diz a directora-técnica da Farmetro, o facto de terem 'backgrounds' profissionais é um benefício extra. "[São áreas] que se complementam", refere Rita Gama da Rocha.

Objectivo: 99.900 clientes/dia
Com o negócio no terreno desde 2009 - refira-se que as parafarmácias da Farmetro operam em exclusivo na rede do Metro do Porto -, há que atrair os mais de 100 mil clientes que frequentam as estações. "O nosso cliente não tem que atravessar a rua para nos encontrar. Se apostarmos na excelência do serviço e na formação dos colaboradores, o cliente vai sentir que foi bem servido e volta", explica Diogo Gama Rocha.

Actualmente, a Farmetro detém três parafarmácias nas estações mais movimentadas do Metro do Porto. No Bolhão, Casa da Música ou Trindade pode encontrar à venda medicamentos, cosméticos ou produtos de nutrição e puericultura. Para visitá-las, deve levar o título de viagem validado. "Vendemos coisas que as pessoas estão habituadas a ver nas farmácias", sublinha Rita Gama Rocha.

Os preços competitivos também seguem em linha com o posicionamento da empresa no mercado. "Os nossos clientes já começaram a fazer as contas, e eles próprios nos dizem que temos bons preços", avança Rita Gama da Rocha.

A expansão da rede já está prevista, num curto prazo "não imediato". O grande objectivo é "criar hábitos de consumo dentro da estação"... e captar muitos clientes. .Se não for possível captar "100% dos passageiros, Diogo Gama Rocha não se chateia. "Já ficava muito satisfeito com 99,9%.", assume, entre risos.


Perfil



Denominação social: Companhia Portuguesa de Saúde e Bem-Estar
Sede: Porto
Ano de fundação: 2009
Sector de actividade: Saúde
Estações com lojas: Bolhão, Casa da Música e Trindade
Accionistas: 2
Nº de trabalhadores: 10



Na direcção como ao balcão



Durante a pequena viagem que o Negócios fez às parafarmácias da Trindade e da Casa da Música, para o registo fotográfico, era notório o à-vontade dos funcionários com os patrões. Tanto o director-geral como a directora-técnica ficaram vários minutos à conversa com os colaboradores; na Trindade, até tiraram algumas fotografias com a "menina do balcão".

A proximidade entre gestão e colaboradores é, para Diogo Gama Rocha, um dos pilares da empresa. "Os colaboradores são a cara do nosso negócio, pelo que a comunicação com eles é importante". A equipa é jovem e "há um bom ambiente". Uma relação que começa a dar frutos: "Somos demasiado exigentes connosco e com o serviço, e os colaboradores também o começam a ser...". Na sede da empresa, que partilha o elevador com o Consulado Geral do Brasil e as vistas com a Casa da Música, há ainda vários pormenores que explicam a relação umbilical com os funcionários e as lojas: no 'hall' de entrada, três relógios indicam os 'fusos horários' das três estações em que a Farmetro opera; na mesa dos patrões, um monitor mostra todas as imagens da rede, em tempo real.

E apenas um vidro divide o espaço administrativo dos restantes funcionários.




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