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O segredo do sucesso está nas relações de confiança

O "capital humano" é a verdadeira riqueza de uma empresa. Os recursos humanos são os detentores das ideias e os desencadeadores de projectos. Qualquer iniciativa empreendedora teve na sua origem alguém que a sonhou, que a desenvolveu e...

12 de Novembro de 2009 às 14:50
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A confiança demora tempo a ser consolidada entre os colaboradores de uma empresa. Por vezes, gestos simples podem ajudar.

O "capital humano" é a verdadeira riqueza de uma empresa. Os recursos humanos são os detentores das ideias e os desencadeadores de projectos. Qualquer iniciativa empreendedora teve na sua origem alguém que a sonhou, que a desenvolveu e edificou. Para todas estas tarefas teve de se apoiar nas "relações humanas": nas conversas que promoveu, nos ideais que partilhou e no entusiasmo que transmitiu a outros para que participassem na sua aventura empresarial e profissional. Resumindo, criou e inspirou confiança. O segredo das relações humanas está na "confiança".

Não basta pagar o salário ao final do mês. As pessoas precisam de se sentir úteis, de que fazem parte de um mesmo projecto.
A confiança demora tempo a consolidar. Depois de uma primeira impressão positiva, é preciso esperar e comprovar se os gestos concretos confirmam o juízo inicial. E aqui é que surge o problema: posso confiar nos outros? Não será, muitas vezes, que contam comigo apenas como mais uma "peça na engrenagem"? Ouvem a minha opinião? Na tomada de decisões, sou informado? Quando são marcados objectivos e anunciadas as metas, há tempo por parte dos dirigentes para ouvir as expectativas dos seus colaboradores? Há um interesse real pela "pessoa" do outro? Não basta pagar o salário ao final do mês. As pessoas precisam de se sentir úteis, de verem, na prática, que contam com elas, de que fazem parte de um mesmo projecto, que se resolvem os mal entendidos se os houver. Na actual vaga de suicídios numa empresa francesa, as queixas não são tanto a nível monetário e financeiro, mas das condições laborais que são impostas. A desconfiança entre as partes é brutal. Para um diálogo faltam provas credíveis, mas os gestos são possíveis. Validam a intenção.

A satisfação de uma pessoa passa pelo modo como percepciona que é tratada. E nem tudo o que faz uma pessoa sentir-se apreciada custa dinheiro. Pode bastar uma palavra num olhar.







"Mystic River"



Realizador:
Clint Eastwood
Actores:
Sean Penn; Tim Robbins
Música: Clint Eastwood
Duração: 137 min.
Ano: 2003



Um filme cru pela temática com que trata a intimidade de cada pessoa. Três amigos de infância cresceram com o peso de um deles ter sido abusado em pequeno. Na vida adulta cada um seguiu o seu caminho. Tiveram poucos contactos entre si. A dada altura a filha de um deles é morta, caindo a suspeita sobre um dos colegas. O terceiro seguira a carreira policial e fica encarregue do caso.

À medida que as diversas cenas vão avançando, observamos que a desconfiança entre todos aumenta. Não há espaço para a comunicação. O rapaz maltratado nunca sentira o apoio dos seus amigos na altura e agora pensam que ele se vingara. Mas não lhe dão oportunidades para desabafar, nem criam o "clima propício" para que ele fale. Traumatizado por tudo quanto passara, sofre e encerra-se no seu interior, o que lhe será fatal.

O colega polícia fora abandonado pela mulher. Apesar disso, telefonava-lhe regularmente. Ela atendia mas nada dizia. A incomunicabilidade era real. No entanto, apreciava o gesto, que no final se resolverá.

O crime é desvendado mas o culpado não é castigado. Vivia para o seu próprio sucesso instigado pela esposa, qual "Lady Macbeth" de Shakespeare, para quem o triunfo é a meta da sua vida. O próprio polícia não intervém. Quando não há interesse em ajudar os outros, perde-se a confiança em todos. É o reino do individualismo. Vive-se para a construção de uma "fachada pessoal", para a fanfarra que toca e a todos distrai, como na imagem final do filme, que ilustra bem como se desenrolam tantas relações humanas nas empresas e nas vidas pessoais.




Tome nota
- Ouvir os outros com interesse facilita a confiança mútua.
- Devem-se expor, de forma transparente, as várias hipóteses de solução de um problema.
- Repetir um gesto de abertura para com o outro acaba por obter a sua confiança.













"Ligações perigosas"



Realizador: Kevin Macdonald
Actores: Russell Crowe; Helen Mirren
Música: Alex Heffes
Duração: 127 min.
Ano: 2009



O mundo da comunicação social é bastante competitivo, não apenas entre os jornalistas entre si, como entre estes e os accionistas do jornal ou da estação televisiva. Para uns, o que mais importa é vender sem se preocuparem com os conteúdos. Para outros, o fundamental é conseguir ultrapassar o adversário e noticiar algo em primeira mão, mesmo sem toda a certeza sobre aquilo que se afirma.

A desconfiança é evidente: às vezes, o visado numa notícia não sabe se o jornalista está interessado em ajudá-lo ou apenas conta com ele como mais uma "fonte", não se interessando para nada com ele enquanto pessoa.

Este filme começa com um crime envolvendo um político norte-americano, amigo de um jornalista. Pouco a pouco, perceberemos qual a base da sua relação e por que motivo tinham passado tanto tempo sem se falarem.

Mas o crime continuava sem resolver. A directora do jornal confia o caso ao jornalista mas nomeia, também, uma estagiária para o ajudar. No início, as relações entre ambos são tensas.

Poderão os mais novos confiar nos mais velhos e vice-versa? No entanto, quando as funções se definem com a concordância de ambos, vão ganhando confiança. Pelo contrário, as relações entre o político e o jornalista vão piorando. Um precisa do outro mas ambos têm algo a esconder. Faltava transparência e interesse em resolver realmente as questões. A vida pessoal afecta a vida profissional e repercute-se no seu desempenho.

A verdade acaba por ser descoberta. A directora ganhara a aposta na sua equipa e o jornalista não esquece o apoio da estagiária. Um gesto simples encerra a história.




Tome nota
- As decisões tomadas na esfera íntima reflectem-se, também, no campo profissional.
- Delimitar as funções atribuídas a cada um facilita o relacionamento entre todos.
- Celebrar juntos os êxitos e apoiarem-se uns nos outros nos momentos maus, une a equipa.



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