Notícia
O segredo do sucesso está nas relações de confiança
O "capital humano" é a verdadeira riqueza de uma empresa. Os recursos humanos são os detentores das ideias e os desencadeadores de projectos. Qualquer iniciativa empreendedora teve na sua origem alguém que a sonhou, que a desenvolveu e...
A confiança demora tempo a ser consolidada entre os colaboradores de uma empresa. Por vezes, gestos simples podem ajudar.
O "capital humano" é a verdadeira riqueza de uma empresa. Os recursos humanos são os detentores das ideias e os desencadeadores de projectos. Qualquer iniciativa empreendedora teve na sua origem alguém que a sonhou, que a desenvolveu e edificou. Para todas estas tarefas teve de se apoiar nas "relações humanas": nas conversas que promoveu, nos ideais que partilhou e no entusiasmo que transmitiu a outros para que participassem na sua aventura empresarial e profissional. Resumindo, criou e inspirou confiança. O segredo das relações humanas está na "confiança".
Não basta pagar o salário ao final do mês. As pessoas precisam de se sentir úteis, de que fazem parte de um mesmo projecto. |
"Mystic River"
Realizador: Clint Eastwood
Actores: Sean Penn; Tim Robbins
Música: Clint Eastwood
Duração: 137 min.
Ano: 2003
Um filme cru pela temática com que trata a intimidade de cada pessoa. Três amigos de infância cresceram com o peso de um deles ter sido abusado em pequeno. Na vida adulta cada um seguiu o seu caminho. Tiveram poucos contactos entre si. A dada altura a filha de um deles é morta, caindo a suspeita sobre um dos colegas. O terceiro seguira a carreira policial e fica encarregue do caso.
À medida que as diversas cenas vão avançando, observamos que a desconfiança entre todos aumenta. Não há espaço para a comunicação. O rapaz maltratado nunca sentira o apoio dos seus amigos na altura e agora pensam que ele se vingara. Mas não lhe dão oportunidades para desabafar, nem criam o "clima propício" para que ele fale. Traumatizado por tudo quanto passara, sofre e encerra-se no seu interior, o que lhe será fatal.
O colega polícia fora abandonado pela mulher. Apesar disso, telefonava-lhe regularmente. Ela atendia mas nada dizia. A incomunicabilidade era real. No entanto, apreciava o gesto, que no final se resolverá.
O crime é desvendado mas o culpado não é castigado. Vivia para o seu próprio sucesso instigado pela esposa, qual "Lady Macbeth" de Shakespeare, para quem o triunfo é a meta da sua vida. O próprio polícia não intervém. Quando não há interesse em ajudar os outros, perde-se a confiança em todos. É o reino do individualismo. Vive-se para a construção de uma "fachada pessoal", para a fanfarra que toca e a todos distrai, como na imagem final do filme, que ilustra bem como se desenrolam tantas relações humanas nas empresas e nas vidas pessoais.
Tome nota
- Ouvir os outros com interesse facilita a confiança mútua.
- Devem-se expor, de forma transparente, as várias hipóteses de solução de um problema.
- Repetir um gesto de abertura para com o outro acaba por obter a sua confiança.
"Ligações perigosas"
Realizador: Kevin Macdonald
Actores: Russell Crowe; Helen Mirren
Música: Alex Heffes
Duração: 127 min.
Ano: 2009
O mundo da comunicação social é bastante competitivo, não apenas entre os jornalistas entre si, como entre estes e os accionistas do jornal ou da estação televisiva. Para uns, o que mais importa é vender sem se preocuparem com os conteúdos. Para outros, o fundamental é conseguir ultrapassar o adversário e noticiar algo em primeira mão, mesmo sem toda a certeza sobre aquilo que se afirma.
A desconfiança é evidente: às vezes, o visado numa notícia não sabe se o jornalista está interessado em ajudá-lo ou apenas conta com ele como mais uma "fonte", não se interessando para nada com ele enquanto pessoa.
Este filme começa com um crime envolvendo um político norte-americano, amigo de um jornalista. Pouco a pouco, perceberemos qual a base da sua relação e por que motivo tinham passado tanto tempo sem se falarem.
Mas o crime continuava sem resolver. A directora do jornal confia o caso ao jornalista mas nomeia, também, uma estagiária para o ajudar. No início, as relações entre ambos são tensas.
Poderão os mais novos confiar nos mais velhos e vice-versa? No entanto, quando as funções se definem com a concordância de ambos, vão ganhando confiança. Pelo contrário, as relações entre o político e o jornalista vão piorando. Um precisa do outro mas ambos têm algo a esconder. Faltava transparência e interesse em resolver realmente as questões. A vida pessoal afecta a vida profissional e repercute-se no seu desempenho.
A verdade acaba por ser descoberta. A directora ganhara a aposta na sua equipa e o jornalista não esquece o apoio da estagiária. Um gesto simples encerra a história.
Tome nota
- As decisões tomadas na esfera íntima reflectem-se, também, no campo profissional.
- Delimitar as funções atribuídas a cada um facilita o relacionamento entre todos.
- Celebrar juntos os êxitos e apoiarem-se uns nos outros nos momentos maus, une a equipa.