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Liderança, poder de decisão e produtividade

Para abrir portas de sucesso aos empreendedores, é necessário incluir três ingredientes na receita portuguesa. Saiba quais são e por que são determinantes. São três os ingredientes que faltam em Portugal para podermos evoluir a um...

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Para abrir portas de sucesso aos empreendedores, é necessário incluir três ingredientes na receita portuguesa. Saiba quais são e por que são determinantes.

São três os ingredientes que faltam em Portugal para podermos evoluir a um ritmo superior e, acima de tudo, ajudar a abrir mais portas de sucesso aos empreendedores. Falta de liderança, falta de poder de decisão nos níveis intermédios de gestão, e baixa produtividade, estão na génese do problema.

São estes os três factores que mais venho sentindo nos últimos anos em Portugal e que não deixam o país andar para a frente. Onde está o problema, e onde está a solução? Um dos problemas pode estar no excessivo controlo dos negócios pelas administrações, não permitindo delegar responsabilidades e poder de decisão aos seus directores. A falta de uma carreira planeada, incentivos e motivação podem estar na origem da pouca produtividade, e chefes com capacidade de liderança, é cada vez menos comum. Em resumo o problema pode estar a vir do topo, e não da base.

A solução, pode passar por mudar totalmente a forma de trabalhar e gerir empresas, fenómeno que se começa a sentir, mas de forma muito ligeira, o que não acaba de reflectir qualquer mudança prática. O mundo está em constante mudança, o que requer uma velocidade de adaptação cada vez maior. O não assumir riscos, o não ser, ou poder ser, suficientemente empreendedor nas empresas, o não delegar e confiar, e a falta de rotatividade nos cargos, leva a criar pandemias malignas nas empresas, que são pouco saudáveis para a mudança que se pretende atingir.

Deixo exemplos claros, de episódios por mim vividos, que reflectem estes três factores:
Falta de Liderança:Dificilmente vejo alguém a assumir a liderança de um projecto num cliente. Ainda hoje estou num projecto, que não tem líder. A conversa vai do topo para a base e da base para o topo, sem que ninguém seja responsável pelo mesmo. Neste projecto comecei pelo topo, e talvez isso ainda tenha agravado mais a falta de liderança, isto porque aquele que teoricamente assumiu o papel de líder, ou seja o presidente, não pode assumi-lo, porque o projecto não é da sua competência, pelo que o envia ao suposto líder, ou seja, ao director do departamento competente. Mas como a mensagem vem de cima, dificilmente o director assume a liderança do projecto, por não querer contrariar qualquer decisão tomada pelo seu presidente. Ficamos assim sem líder, o que nos leva ao segundo problema, a falta de poder de decisão.

A falta de decisão leva-nos ao colapso económico. Como diz o ditado, mais vale uma má decisão, que não tomar uma decisão. Nas start-ups, micro e pequenas empresas, ou seja o maior tecido empresarial Português, a falta de decisão leva à falência, o que é bem mais grave.
Um exemplo de falta de decisão, por mim vivido, e que chegou a ser mediático, foi o projecto 112 Vídeo. A ideia era simples, ou seja permitir vídeo em tempo real, na comunicação entre o cidadão e o serviço de emergência 112. Mas a falta de decisão conseguiu arrastar este projecto durante 4 anos, sem nada acontecer. Foram reuniões atrás de reuniões, com Presidentes de operadoras, Secretários de Estado, Presidente dos serviços de emergência médica, elementos da PSP, GNR e Bombeiros. Quatro anos, dezenas de reuniões, vários executivos de topo envolvidos, mas nenhuma decisão tomada. Podem imaginar quanto é que custa tudo isto a uma start-up? Quanto custa isto ao desenvolvimento do País? Enquanto este episódio acontecia em Portugal, seis outros países, tomaram a iniciativa de avançar com o mesmo projecto, perdendo Portugal competitividade e uma posição pioneira, por falta de decisão.

Um exemplo claro e voltando ao cliente que referia anteriormente, o director diz que não decide nada. Aliás não é só este director que não decide nada, vários são os directores a quem não lhes é dado qualquer poder de decisão. Mais cauteloso estará este mesmo director, sabendo que o assunto está a ser tratado ao nível do presidente. Mas quando um director tem realmente poder de decisão, como acontece em grandes empresas, é-lhe definido um limite económico, que a partir de um determinado montante exige assinaturas até ao topo da organização. Uma engrenagem complexa que nos leva ao terceiro elemento, a falta de produtividade.

Com cadeias de decisão extensas, e o acumular de decisões, é inevitável o atraso nas decisões, o que provoca uma descida nos índices de produtividade. Se voltarmos atrás ao poder de decisão, conseguimos ver que este será o remédio para a falta de produtividade nestes casos. Para além deste tipo de falta de produtividade, temos outros, como sendo a falta de produtividade por falta de empenho, dedicação e motivação, que não são estimulados por um líder. Será falta de liderança?



Dicas



1. Junte-se a quem quer mudar estes três factores, para mudar Portugal.
2.Empreendedores, gestores e administradores: reflictam sobre estas mudanças para conseguir um Portugal melhor.



Envie para o "e-mail" jng@negocios.pt
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de decisão e produtividade"

*Fundador e líder executivo
da Zonadvanced, autor de "Ganhei!"





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