A Fidelidade é a única empresa que vai tentar comprar a Espírito Santo Saúde através de uma operação feita em mercado regulamentado, ou seja, vigiado por supervisores. O prazo para as apresentações de uma oferta pública de aquisição (OPA) concorrente terminava esta sexta-feira, 3 de Outubro. E terminou sem que houvesse concorrentes.

Assim, a oferta em que a seguradora controlada pela chinesa Fosun oferece 4,82 euros por acção da Espírito Santo Saúde segue em frente. E sozinha. O grupo Ángeles desistiu porque considerava que o preço pago pela Fidelidade não era adequado. A José de Mello Saúde não tem uma OPA em curso porque pediu a notificação à Autoridade da Concorrência que não chegou a tempo.

A UnitedHealth, dona da Amil que detém os hospitais Lusíadas, não avançou com uma oferta dentro de bolsa. Não entregou qualquer pedido de registo de OPA na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, embora tenha solicitado ao Ministério da Saúde autorização para controlar o Hospital de Loures, um dos activos da ES Saúde e que funciona sob parceria público-privada. Esse pedido estava incompleto, mas a empresa norte-americana não entregou quaisquer novos documentos. Apesar disso, o Diário Económico noticiou que a empresa fez contactos para a compra da ESS fora de bolsa, nomeadamente negociando directamente com a Rio Forte.

Para que a oferta tenha sucesso, a Fidelidade tem de comprar, pelo menos, 50,01% do capital da ES Saúde. Ou seja, é essencial que a posição de controlo que o Grupo Espírito Santo tem na empresa seja vendida. Essa participação de 51% está directamente nas mãos da Espírito Santo Health Care Investments que, por sua vez, é detida em 55% pela Rio Forte.

A Rio Forte diz que privilegia ofertas feitas em mercado para a alienação desta participação que, como admite, quer vender. 

As acções da ES Saúde encerraram nos 4,881 euros, ainda acima dos 4,82 euros a que os títulos serão adquiridos pela Fidelidade.