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O que será a BANCA dentro de dez anos

Na próxima década, o activismo dos consumidores bancários só pode aumentar. Pressionados pelos clientes, governos, supervisores e, sobretudo, pela concorrência, os bancos vão ser obrigados a escutar o cidadão comum. O aumento da pressão e do poder negocia

29 de Novembro de 2007 às 14:12
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No ano passado, o Governo de José Sócrates decidiu impor regras mais rígidas aos bancos no seu relacionamento com os clientes. Uma iniciativa do secretário de Estado do Consumidor, Fernando Serrasqueiro, uniformizou a forma de calcular a taxa de juro usada como indexante nos créditos à habitação e limitou a 0,5% a penalização por amortização antecipada daquele tipo de financiamentos. Numa altura em que a banca já andava preocupada com a qualidade do serviço e com o aprofundar de uma relação emocional com os seus clientes, a iniciativa governamental apenas veio dar mais força ao consumidor.

As novas regras e a intensificação das preocupações do sector bancário com os consumidores são o terreno onde, na próxima década, deverá prosperar uma espécie de activismo do cliente. A intensificação da concorrência – causa e consequência do maior empenho do consumidor – funcionará como fertilizante desta nova tendência. E o facto de o cidadão comum ter uma noção cada vez mais aprofundada dos conceitos financeiros e da capacidade e facilidade de mudar de banco, também tenderão a dar mais poder ao consumidor bancário.

Este movimento está já a germinar. Não apenas graças à iniciativa governamental mas também em resultado dos movimentos da sociedade civil. A criação da Sefin – Associação Portuguesa dos Utilizadores e Consumidores de Serviços e Produtos Financeiros espicaçou as ambições da Deco – Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores e da ATM – Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado. As três fazem, cada vez mais, ouvir a voz do cliente do sector financeiro. Mesmo dos que acabam, por acção ou omissão, enredados em situações difíceis, como o excesso de endividamento.

A tendência já se faz sentir entre supervisores. O Banco de Portugal está a reforçar a vertente comportamental das suas competências de supervisão. E está a preparar uma nova área no seu site de internet destinada aos consumidores bancários. Com um simples “click”, o cliente poderá aprofundar conhecimentos sobre conceitos bancários, consultar taxas de juro, pedir informações, deixar uma queixa. Resumindo, fazer ouvir a sua voz. O presidente da Autoridade da Concorrência tem ambições ainda maiores. Abel Mateus defende a criação de um portal na internet que, à semelhança do que existe na Holanda, permita mudar de banco “online”. E com tanta pressão, os preços dos serviços bancários tenderão a baixar.

Continue a ler aqui o que pode mudar na BANCA dentro de dez anos.

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