Notícia
A Banca em 2017: focos de atenção
Margem para consolidação entre os maiores bancos nacionais
Nos últimos dez anos, houve apenas poucas operações de concentração no sistema bancário português. Mas houve duas...
Margem para consolidação entre os maiores bancos nacionais
Nos últimos dez anos, houve apenas poucas operações de concentração no sistema bancário português. Mas houve duas fusões (BES-BPI e BPI-BCP) e uma OPA (do BCP ao BPI) que fracassaram. O grande protagonista da consolidação foi o BCP. Antes de 1997, já conseguira assumir o controlo do BPA. Depois disso, foi a vez de comprar a totalidade do Banco Mello e do Pinto & Sotto Mayor. Esta última aquisição foi feita no âmbito de um processo peculiar, que passou pela desintegração do antigo grupo financeiro de António Champalimaud. Para impedir que os espanhóis ficassem com quase 20% do mercado bancário nacional, o BCP comprou o Sotto, enquanto o Santander ficou com o Totta & Açores. Para a CGD sobrou a Mundial Confiança. Depois de uma tentativa hostil e outra amigável de juntar o BCP e o BPI, há margem, na próxima década, para maior concentração bancária entre os cinco maiores. E, apesar dos fracassos recentes, a integração do BPI e do BCP é a que se perspectiva como mais racional.
Mercado floresce entre instituições especializadas em áreas de nicho
Com o "boom" da internet do início do século, começaram a surgir bancos e outras instituições financeiras especializadas que actuam apenas em plataformas electrónicas. Nos últimos anos, estas entidades foram ganhando credibilidade e clientes, à medida que os receios foram cedendo perante as vantagens deste tipo de instituições. Os bancos electrónicos e as "boutiques" financeiras são apenas um dos exemplos do que se pode esperar nos próximos anos, em termos de organização do negócio bancário. Para contrabalançar a expectável criação de cada vez maiores grupos financeiros, espera-se que surjam também, cada vez mais, pequenas instituições financeiras especializadas. Algumas apostarão no aconselhamento financeiro (de fundos de investimento e outras formas de poupança) e na distribuição de produtos de outras instituições. Outras poderão concentrar-se no financiamento especializado ou na prestação de serviços de valor acrescentado. A ideia será conquistar mercado através da diferenciação.
Integração europeia acelera em todas as áreas do sistema financeiro
Depois do euro e da integração dos mercados de instrumentos financeiros, começa, em Janeiro, a harmonização europeia dos pagamentos. Em Portugal, onda o Multibanco funciona de forma integrada e tem ligação às plataformas internacionais, a criação da SEPA (Single European Payments Area) não deverá trazer grandes novidades para o consumidor. Espera-se mais rapidez e menores custos nas transferências interbancárias entre países europeus. No mercado interno, não será de excluir a introdução de comissões sobre a utilização do Multibanco. Uma decisão há muito esperada.
Regressar a O que será a BANCA dentro de dez anos