“Os custos com pessoal são de 90 milhões de euros” na RTP, o que corresponde a “35% do orçamento” da empresa, revelou o ministro Adjunto, durante a audição parlamentar, “mas que a RTP está sobredimensionada está. Comparando a RTP com as outras televisões e rádios sabemos que está sobredimensionada.”

A oposição solicitou provas que sustentem esta análise, mas sem sucesso. Miguel Relvas diz que tudo será conhecido depois de aprovado o plano de reestruturação da RTP. O plano, “depois de apresentado [pelo conselho de administração da RTP ], debatido com os trabalhadores e aprovado pelo Governo será apresentado aos deputados”, acrescentou.

No início da audição, Miguel Relvas revelou que o conselho de administração da RTP vai apresentar o plano de reestruturação e modernização da empresa a 1 de Março. “O plano está adiantado, se não estivesse não podia ser apresentado em Março”, adiantando que “desde Junho de 2012 que estamos a estudar cenários.”

Miguel Relvas rejeitou falar sobre despedimentos ou fechos de centros da RTP, afirmado que “tudo isso terá resposta no plano de reestruturação”, mas alguns centros “vão ser eliminados. Quantos não sei.”

O ministro adiantou ainda que se vai “eliminar a onda curta. Não temos meios.”

“Não quero que a RTP morra”, garantiu, depois de ter dito que a empresa terá de se adaptar a uma nova realidade. Durante a sessão, Miguel Relvas reiterou que a empresa pública terá de viver, a partir de 2014, sem indemnização compensatória.

Para este ano, além da contribuição audiovisual, a RTP receberá 43 milhões de euros de indemnização compensatória. O que compara com os 73 milhões de euros, mais os 145 milhões da contribuição audiovisual, recebidos em 2012.

O “ que eu quero” é que a RTP viva “com os 142 milhões mais os resultados comerciais”, isto depois de garantir que o Governo não vai alterar as regras de publicidade, que actualmente limita a seis minutos por hora a publicidade na estação de televisão pública. E justificou a não alteração das condições com a ideia de que se a RTP tivesse mais publicidade, os outros órgãos de comunicação seriam lesados.

“Não aumentaremos a publicidade na RTP” isso “seria matar outros órgãos de comunicação”, explicou.