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José Paulo Fafe renuncia ao cargo de CEO da Global Media

José Paulo Fafe considera "estarem esgotadas" as condições para exercer as suas funções como CEO do grupo dono do Diário de Notícias, Jornal de Notícias, TSF, entre outros,

António Pedro Santos / Lusa
Lusa 31 de Janeiro de 2024 às 18:47
O presidente da Comissão Executiva da Global Media, José Paulo Fafe, apresentou esta quarta-feira a sua demissão por considerar "estarem esgotadas" as condições para exercer as suas funções.

"Ao fim de quatro meses de exercício das funções, decidi hoje apresentar a renúncia ao cargo de presidente da Comissão Executiva do Global Media Group [GMG], onde igualmente detinha os pelouros editorial, de expansão e novos produtos", anunciou, em comunicado.

José Paulo Fafe considera "estarem esgotadas" as condições para exercer as suas funções como CEO do grupo dono do Diário de Notícias, Jornal de Notícias, TSF, entre outros.

Em causa, segundo o próprio, está mesmo o entendimento com os acionistas, tendo em vista a reestruturação editorial, que classificou como o "único caminho possível para um reposicionamento dos principais títulos e marcas" do grupo.

Fafe vincou ainda, na comunicação aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, que o rigor e qualidade do jornalismo não são definidos com "meras frases de efeito, 'slogan' gastos ou escondendo factos e realidades indesmentíveis".

Para o demissionário presidente da Comissão Executiva do GMG, constrói-se com um projeto, propósito e coragem, que notou faltar aos que "preferindo refugiar-se num passado que lhes esconde as fraquezas se recusam, muitas vezes por inépcia e incompetência, a fazer o futuro".

No início de janeiro, José Paulo Fafe, que falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, tinha garantido que não se iria demitir, vincando nunca "ter virado a cara" a nada.

"Vão ter de levar comigo até eu decidir", rematou então o presidente executivo da Global Media.

Um mês antes, em 06 de dezembro, a Comissão Executiva da GMG anunciou que iria negociar "com caráter de urgência" rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".

Em 28 de dezembro, a Global Media informou os trabalhadores de que não tinha condições para pagar os salários referentes ao mês de dezembro, sublinhando que a situação financeira é "extremamente grave".

De acordo com a informação da ERC -- Entidade Reguladora para a Comunicação Social, a participação efetiva da Páginas Civilizadas na GMG é de 50,25% do capital e dos direitos de voto. Esta posição é calculada a partir da soma da detenção direta de 41,51% e da indireta, através da Grandes Notícias Lda, de 8,74%.

O fundo WOF tem uma participação de 25,628% do capital social e dos direitos de voto da GMG. Por sua vez, o Grupo Bel detém uma participação indireta de 17,58%. A KNJ, de Kevin Ho, detém 29,350% e José Pedro Soeiro 20,400%.

Resumindo, a Global Media é detida diretamente pela Páginas Civilizadas (41,510%), KNJ (29,350%), José Pedro Soeiro (20,400%) e Grandes Notícias (8,740%).


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