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CM: Álvaro Sobrinho financia nova empresa dona do Sol e do i
A nova empresa dona dos jornais deverá ser financiada pelo ex-accionista da Newshold, que encerrou actividade e levou à reestruturação dos jornais i e Sol, segundo o Correio da Manhã.
A nova dona do diário i e do semanáro Sol deverá ser financiada por um empréstimo de Álvaro Sobrinho, accionista da Newshold, empresa que decidiu encerrar actividade, noticia esta quarta-feira, 2 de Novembro, o Correio da Manhã.
O anúncio da saída da família Madaleno, de Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BES Angola, foi feito na segunda-feira por Mário Ramires, ex-adminsitrador da Newshold e futuro director dos dois jornais, durante um plenário com todos os trabalhadores do grupo.
Esta decisão obrigou a implementar uma reestruturação que passa pelo plano de criar um novo projecto jornalístico, que deverá implicar a manutenção das duas marcas através da fusão das redacções, mas que acolherá apenas um terço do actual número de trabalhadores, cerca de 60. A ideia passa por o jornal i ser publicado de segunda a sexta-feira e o Sol passar a sair aos sábados.
Esta reestruturação em curso levará ao despedimento de cerca de 120 trabalhadores, a maioria dos quais jornalistas.
Na origem desta reorganização estão os prejuízos dos títulos, que em 2014 rondaram cerca de 8 milhões de euros, em conjunto.
Na segunda-feira, desde as 15:30 até ao final do dia, Mário Ramires, administrador da Newshold que vai transitar para a nova empresa, reuniu-se individualmente com os trabalhadores dos dois títulos para saberem se integram o novo projecto ou a lista de saídas.
Aos cerca de 60 trabalhadores foram convidados a integrar a redacção única, foram propostos cortes de ordenados. E, ao transitarem para a nova empresa, perdem regalias relacionadas com antiguidade, como férias ou futuras indemnizações.
No seguimento destas informações, no mesmo dia, o Sindicato dos Jornalistas adiantou que iria "solicitar uma reunião, com carácter de urgência, com a administração das referidas publicações, com vista à preservação dos dois jornais, assim como dos postos de trabalho agora ameaçados, renunciado à solução mais fácil do encerramento e do despedimento", de acordo com um comunicado emitido pela direcção nacional do Sindicato dos Jornalistas.
Além disso, o sindicato aconselhou os trabalhadores, "a não assinarem, por enquanto, quaisquer documentos que lhes sejam apresentados, nomeadamente autorizações que dispensem a empresa de apresentar uma caução para os créditos devidos aos trabalhadores".
Lançado em Maio de 2009, o jornal i teve entre Janeiro e Agosto deste ano uma média de circulação paga de 4.500 por edição, um aumento de 500 exemplares face ao mesmo período de 2014. Já o Sol, lançado em Setembro de 2006, caiu de cerca de 24 mil para 21 mil.