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Lucro da Altri mais do que triplica até setembro para 89,6 milhões
A produtora de pasta de papel encerrou os primeiros nove meses do ano com receitas de 669,7 milhões de euros, uma subida homóloga de 11,4%.
A Altri viu o seu lucro mais do que triplicar (216,7%) nos primeiros nove meses deste ano face a igual período de 2023, obtendo 89,6 milhões de euros de resultado líquido, informou esta quinta-feira a produtora de pasta de papel em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A empresa liderada por José de Pina (na foto) faturou 669,7 milhões de euros, o que representa um crescimento de 11,4% face aos primeiros nove meses do ano passado. Esta subida justifica-se com a "evolução positiva dos preços da pasta Hardwood, como consequência de uma procura global mais favorável", indica a Altri.
Os resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceram 84,6%, para 180,1 milhões de euros, o que permitiu uma melhoria de 10,7 pontos percentuais na margem EBITDA, para 26,9%.
O investimento recuou para menos de metade, cifrando-se em 24,5 milhões de euros, o que é explicado pelo investimento na nova caldeira de biomassa (considerando a nova turbina) da Caima no ano passado, que elevou o valor dos primeiros nove meses de 2023 para 51,6 milhões de euros.
A dívida líquida recuou para 249,8 milhões de euros no final de setembro, o que compara com os 356,7 milhões de euros registados no final de 2023. "A redução da dívida em 106,9 milhões de euros no final do terceiro trimestre, face ao final de 2023, é explicada pelo menor investimento, mas principalmente pela melhoria do nível de EBITDA e à contínua gestão rigorosa do fundo de maneio", refere o comunicado.
Em termos de perspetivas, a Altri assinala que "após um início do ano promissor, a evolução da procura global de pasta em 2024 abrandou durante o terceiro trimestre. A China, após o melhor ano de sempre em 2023 em termos de crescimento da procura, apresenta um abrandamento da procura, em boa parte devido ao menor dinamismo no mercado local de papel". Ainda assim, a empresa considera que "esta evolução de mercado deverá estar numa fase final, sendo que pensamos que o nível de inventário de pasta junto dos produtores não será elevado".
Já os preços da pasta BHKP na Europa deverão sofrer "uma descida adicional dos preços durante o início do quarto trimestre", refletindo o que foi a evolução na China, que entretanto estabilizou os preços no terceiro trimestre.
A empresa liderada por José de Pina faz ainda menção ao projeto Gama, na Galiza, indicando que "este encontra-se atualmente em processo de tramitação da licença ambiental integrada, um critério importante para a tomada da decisão final de investimento". Este projeto, recorde-se, prevê um investimento de 850 milhões de euros na construção de uma unidade industrial de raiz no país vizinho.