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Parque das Nações dinamiza mercado lisboeta de escritórios

O Parque das Nações deverá a médio prazo manter-se como motor do mercado de escritórios de Lisboa, atendendo às actuais projecções das consultoras imobiliárias. A DTZ estima que esta zona represente 46% da oferta de novos escritórios a disponibilizar em L

23 de Outubro de 2007 às 17:22
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O Parque das Nações deverá a médio prazo manter-se como motor do mercado de escritórios de Lisboa, atendendo às actuais projecções das consultoras imobiliárias. A DTZ estima que esta zona represente 46% da oferta de novos escritórios a disponibilizar em Lisboa entre 2007 e 2009. A Cushman & Wakefield, por seu turno, não hesita em considerar que o Parque das Nações "mantém a trajectória de afirmação no mercado como uma das zonas de excelência".

Os dados que as consultoras têm sobre esta área da capital comprovam o potencial de crescimento do Parque das Nações. O Marketbeat Portugal de Outono da Cushman & Wakefield estima que a oferta total do Parque das Nações feche este ano nos 216 mil metros quadrados, com mais 4,9% de "stock" que no ano passado. Trata-se, a confirmar-se, do maior aumento nas várias zonas de Lisboa, cuja média aponta para um crescimento da oferta total de 0,9%, para 3,5 milhões de metros quadrados.

A Cushman & Wakefield estima que até 2010 o Parque das Nações veja "nascer" mais de 100 mil metros quadrados de nova área de escritórios. Só que grande parte, mais concretamente 65 mil metros quadrados, resultarão de um único empreendimento, o Office Parque Expo, promovido pela Norfin. As informações existentes no mercado indicam que este projecto já tem um pré-arrendamento com entidades públicas. Assim sendo, a nova oferta efectivamente disponível para o sector privado será menor.

Amílcar Silva, do departamento de escritórios da Cushman & Wakefield, explica que a dimensão deste empreendimento da Norfin "faz com que o sucesso deste projecto seja de relevante importância, não só para o Parque das Nações, mas igualmente para todo o mercado de escritórios de Lisboa", mas salienta que "não existe, no entanto, confirmação oficial deste negócio".

A cautela é idêntica na leitura que Jorge Bota, director do departamento de escritórios da DTZ, faz da situação. "As informações que tenho é que de facto o imóvel irá ter um inquilino quando estiver concluído e embora não haja confirmação oficial, a verdade é que um operador imobiliário profissional e com a experiência que este tem se não tivesse expectativas fortes de ter um inquilino não concluiria a construção de uma área com aquela dimensão em simultâneo, porque isto além de afectar o mercado em geral o afectaria directamente", disse Jorge Bota ao Jornal de Negócios.

Sobre a organização dos terrenos e os tipos de uso do solo permitidos, fonte oficial da Parque Expo explica que há flexibilidade. "O plano do Parque das Nações permite a flexibilização de usos segundo certas regras, deixando em parte ao mercado a liberdade de intervir. Este facto tem permitido que o número de hotéis inicialmente previsto (três), venha a ser ultrapassado, havendo já em funcionamento quatro", adiantou o porta-voz da Parque Expo, João Sebastião, ao Jornal de Negócios.

Área desocupada está a descer

A verdade é que, à parte as dúvidas sobre o Office Parque Expo, o Parque das Nações tem vindo a amadurecer como localização de escritórios, algo que se reflecte na progressiva diminuição da taxa de desocupação. As informações do relatório Prime Market View de Outono, da DTZ, indicam que a taxa de desocupação no Parque das Nações, que era de 25% em 2005, desceu em 2006 para 21% e fechou o primeiro semestre deste ano nos 11%.

O responsável da DTZ explica que esta taxa "comparativamente com o centro de cidade continua a ser maior e assim deverá continuar a acontecer, porque [...] este é um destino para grandes ocupantes e como tal terá que haver disponibilidade para as empresas que procurem soluções nesta localização".

Amílcar Silva, por seu lado, salienta as limitações físicas desta área da cidade. "O Parque das Nações está delimitado à zona de intervenção da Parque Expo, o que significa que embora exista um ‘pipeline’ significativo de construção previsto, este tem um peso relativamente baixo no ‘stock’ total do mercado de Lisboa e faz com que o Parque das Nações seja, em última análise, um bem de acesso limitado". Para o responsável da Cushman & Wakefield, é previsível que no decorrer dos próximos cinco anos esta taxa desça para a média do centro da cidade, que se situa entre 5% e 10%.

Para o porta-voz da Parque Expo não há excesso de oferta de escritórios nesta zona. "A vocação do Parque das Nações, face aos seus factores de atractividade, reforça a ideia de que é um destino preferencial para a localização de edifícios de escritórios, afirmando-se como uma nova centralidade em Lisboa. Neste contexto, não se pode afirmar que exista um excesso de escritórios no Parque das Nações", comenta João Sebastião.

Zona apelativa para empresas de maior dimensão

Considerado por Amílcar Silva "uma oportunidade" mais do que uma ameaça para o mercado de escritórios lisboeta, o Parque das Nações tem sido escolhido por várias empresas de grande porte, entre as quais a Sonaecom, IBM, Vodafone, EuroRSCG, Espírito Santo Turismo, Danone e Novabase. Esta romaria à zona oriental de Lisboa funciona como íman para atrair ainda mais empresas.

Na origem do interesse gerado estão, de acordo com Amílcar Silva, "alguns factores únicos no mercado de Lisboa, como a proximidade ao rio, a centralidade em termos de acessos, a rede de infra-estruturas, e uma malha de construção nova e de qualidade". Jorge Bota não acredita que a vitalidade da promoção de escritórios no Parque das Nações leve a um excesso de oferta ou a um desequilíbrio na relação qualidade/preço, como parece estar a acontecer no segmento residencial. A situação do Parque das Nações é, portanto, fonte de optimismo. "As rendas nesta localização mantêm-se muito competitivas", comenta o director de escritórios da DTZ. As rendas no Parque das Nações rondam actualmente os 16 euros mensais por metro quadrado.

Quanto ao futuro, as opiniões dividem-se. "Trata-se uma excelente solução para investir até porque como se sabe os lotes para construção de escritórios são limitados e já não há muitos mais disponíveis", aponta Jorge Bota. Já Amílcar Silva recomenda algum cuidado a quem pensa investir em empreendimentos de escritórios no Parque das Nações. "É aconselhável prudência aos promotores no sentido de continuarem a apostar na diferenciação dos seus projectos pela qualidade, de forma a responder à competitividade existente em termos de oferta", conclui este responsável.

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