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Mexia reage a redução do Capital Group: “As pessoas gostam de estabilidade”
Em reacção à saída do Capital Group como segundo maior accionista, o presidente executivo da EDP deixou o recado: “As pessoas gostam que as regras do jogo sejam mantidas”.
A saída do Capital Group como accionista de referência da EDP é encarada por António Mexia, CEO da empresa, como uma reacção à alteração das regras, no seguimento da decisão do Governo de obrigar a eléctrica a devolver a sobrecompensação de 285 milhões de euros no âmbito dos CMEC.
A saída do Capital Group como accionista de referência da EDP é encarada por António Mexia, CEO da empresa, como uma reacção à alteração das "regras do jogo", no seguimento da decisão do Governo de obrigar a eléctrica a devolver a sobrecompensação de 285 milhões de euros no âmbito dos CMEC.
"Temos um grande accionista, o segundo maior, a deixar a empresa. As regras do jogo e os contratos são supostamente para cumprir. O que vemos hoje é basicamente a reacção do mercado com base nas recentes medidas que afectam a estabilidade", disse o gestor à Bloomberg, em alusão aos processos em curso relativos aos CMEC. "As pessoas gostam de estabilidade, gostam que as regras do jogo sejam mantidas", reforçou.
Esta segunda-feira foi divulgado que o Capital Group, que chegou a deter mais de 15% da eléctrica em 2015, reduziu a sua fatia no capital da empresa de 9,97% para 2,958%. Com esta redução, deixou de ser o segundo maior accionista da empresa, passando para sexto, de acordo com a estrutura accionista disponível no site da EDP.
Na semana passada, os accionistas da EDP anunciaram que tinham decidido, por unanimidade, avançar com um processo contra o Estado português e pretendem que o diferendo entre as duas partes seja julgado pelo Tribunal Arbitral Internacional da Energia. Em causa estão os custos inovatórios que o Governo não quer reconhecer e nessa medida decidiu não pagar à EDP. Uma decisão que pode levar a eléctrica a registar um prejuízo na sua actividade em Portugal, como alertou a eléctrica.
Questionado sobre a oferta pública de aquisição (OPA) em curso lançada pela China Three Gorges, António Mexia não teceu muitos comentários: "A oferta está a decorrer, toda a gente tem feito o trabalho necessário para implementá-la", referiu, sublinhado que é a CTG que tem de se pronunciar sobre o tema. "Acho que as coisas estão a correr como o esperado".
(Notícia actualizada às 16H47)