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EDP diz que "será das empresas menos afetadas" por cortes em Espanha
A taxa de remuneração dos ativos energéticos está a ser analisada pelo regulador espanhol, para o período 2020-2025, mas a EDP considera que será das companhias menos penalizadas.
A EDP considera que será uma das companhias de energia presentes no mercado espanhol menos afetada pelos cortes nas remunerações que o regulador deverá introduzir. A Iberdrola preferiu não comentar dado que a informação não foi avançada por via oficial.
O jornal Expansion noticia esta sexta-feira que a Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência (CNMC) está a preparar uma revisão em baixa da remuneração entregue às energéticas em Espanha.
"A EDP, por ter uma quota de mercado de distribuição de energia em Espanha de cerca de 4%, será das empresas menos afetadas por eventuais alterações", disse ao Negócios fonte oficial da companhia liderada por António Mexia, confirmando que "a CNMC está a preparar o período regulatório 2020-2025, sendo a taxa de remuneração dos ativos um dos temas em avaliação".
A empresa defende ainda que as possíveis alterações "não deverão ignorar a estabilidade necessária para que se realize o investimento de cerca 30 mil milhões de euros necessário para alcançar os objetivos de transição energética aprovados pelo Governo". Questionada acerca de eventuais impactos financeiros, tendo em conta os valores dos cortes avançados pelo Expansion, a EDP diz que "qualquer proposta só poderá ser comentada quando for oficial e apresentada pela CNMC".
Segundo a publicação espanhola, o regulador planeia um "corte milionário", assente em critérios técnicos, sendo a Endesa e Iberdrola as companhias mais penalizadas. A redução mais acentuada está prevista para as redes de distribuição elétrica, na ordem dos 400 milhões de euros, nas quais a Endesa, Iberdrola e Naturgy operam. A EDP Espanha atua também no negócio de distribuição de eletricidade, através da HidroCantábrico Distribución Eléctrica.
A distribuição de gás será o segundo segmento mais afetado, em cerca de 200 milhões de euros. As redes de transporte de gás deverão sofrer "cortes mais suaves".
Em Espanha, a EDP tem também atividade na geração, com 3.500 MW de potência instalada, na comercialização de eletricidade e gás a clientes, com quase três milhões de contratos.
Esta iniciativa da entidade de supervisão da energia espanhola não é a primeira a mexer com as contas das empresas do setor este ano. No passado fevereiro, a CNMC quis obrigar as empresas do setor energético a limitar o nível de endividamento e os dividendos entregues aos acionistas, através de um conjunto de rácios que balizariam a atividade das várias energéticas.
O Negócios ainda não conseguiu contactar a Endesa para obter uma reação.