A Sonaecom está disponível para discutir a posição que a Energias de Portugal (EDP) detém na operadora móvel Optimus, uma participada daquela empresa do Grupo Sonae, afirmou Luís Filipe Reis, administrador executivo da Sonaecom.

A EDP detém uma posição de 25,49% na Optimus através da Thorn Finance e tem vindo a revelar que a área de telecomunicações, onde se inclui a operadora fixa Oni, não é estratégica para o grupo

A empresa liderada por Jão Talone celebrou um contrato de venda com opção de recompra em 2002, que, entretanto, não exerceu, com a Thorn Finance, sociedade de direito luxemburguês e cujos accionistas são desconhecidos. A operação envolveu um montante de 315 milhões de euros.

«Se o accionista EDP entender que há vantagens para ele e, eventualmente, para o negócio em modificar a sua estrutura de participação, nós estaremos disponíveis para discutir com ele, desde que esse movimento acrescente valor também ao negócio e aos accionistas da Sonaecom», afirmou em entrevista ao «Diário de Notícias» o administrador executivo da Sonaecom, Luís Filipe Reis, sem declarar explicitamente que a Sonaecom estaria disposta a comprar aquela posição.

A Sonaecom [snc] controla 49,06% da Optimus, enquanto a France Télécom, o seu parceiro estratégico para as telecomunicações, detém 20,2%.

Luís Filipe Reis acrescenta ainda na mesma entrevista que, uma eventual fusão entre a Oni e a Novis, a operadora fixa da Sonaecom, «tem elementos de oportunidade e dificuldade».

A oportunidade, esclarece, «é que juntar dois operadores pequenos dá um operador um bocadinho maior, com mais probabilidades de ter rentabilidades interessantes e capitais para investir».

No entanto, o administrador da Sonaecom, identifica como dificuldades o facto de haver uma «grande sobreposição de activos» entre a empresa e a Oni. «Logo, não há ganhos de sinergias».

«Depois, ao que sabemos, a situação financeira da Oni é complicada», remata.

As acções da Sonaecom seguiam nos 3,79 euros, a cair 0,52%, com 33.559 títulos negociados, enquanto as acções da EDP [edp] seguiam inalteradas nos 2,10 euros.