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Sonae promete acabar com os plásticos no Continente e criar 1.200 empregos “verdes”
O “compromisso mais exigente no mundo” de eliminar a 100% o plástico da cadeia de produção do gigante de retalho da Sonae deverá ser cumprido em 2025. De saída, Paulo Azevedo deseja “good luck” à irmã para cumprir o desejo do pai de uma empresa a roçar a perfeição do sustentável.
O Continente tem seis anos para eliminar "todos os plásticos que não sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis", anunciou o ainda co-CEO da Sonae, Paulo Azevedo, em dia de apresentação das contas de 2018.
A empresa junta-se ao Pacto Internacional do Plástico, liderado pela fundação Ellen MacArthur, para acabar com tudo o que seja feito neste material. A 100%. "E ponto final", fixou Paulo Azevedo, que vai deixar em breve de ter funções executivas e assumir o cargo de chairman do grupo.
Esta política de sustentabilidade,um legado deixado pelo pai, Belmiro de Azevedo, e lembrado esta quinta-feira pelo filho, tem mais uma novidade: um investimento de 110 milhões de euros "totalmente dedicados à redução do impacto ambiental no negócio da Sonae MC", dos quais 55 milhões provêm de financiamento próprio do Banco Europeu de Investimento (BEI).
"Um programa maciço", apelidou Paulo Azevedo, com incidência em aspetos como a "utilização de energia, de águas, a redução de desperdícios e a utilização de gases nos equipamentos de refrigeração". O investimento pressupõe a criação de 1.200 postos de trabalho
"Gostamos muito de liderar os rankings, mas é impossível, numa atividade como a nossa, que envolve plásticos e transportes que nunca mais acabam, estarmos satisfeitos. Há muito mais caminho a fazer para que a cadeia de valor seja melhor", afirmou o co-CEO ao fim de 30 anos em funções executivas na empresa.
A apresentação de contas serviu, ainda, para sublinhar a contribuição feita pela Sonae nos últimos quatro anos: 40 milhões de euros "para apoio à comunidade". O último ano contribuiu, sozinho, com 11 milhões, principalmente em "excedentes alimentares doados a mais de 900 instituições de solidariedade".
"Somos cada vez mais eficientes", enfatizou Paulo Azevedo, enumerando as conquistas da empresa no campo da sustentabilidade: 24 mil horas de voluntariado, apoio a cerca de 1.100 trabalhadores carenciados, 300 mil euros na investigação científica e biodiversidade, 83,5% de compras a fornecedores nacionais, mais 20 centrais fotovoltaicas, e incorporação de recicláveis nos sacos de plástico reutilizáveis, que terá permitido eliminar 1.200 toneladas de plástico.
A estes números junta-se a distinção de hipermercado "platinum" no ranking dos hipermercados mais verdes do mundo, conscientes de que "a construção e a operação de imobiliário é um dos principais fatores que nós podemos melhorar nas emissões de CO2".
"O que transmitimos à sociedade [esta política de sustentabilidade] não é o mais importante, mas também é muito importante", concluiu Paulo Azevedo.