O Sindicato Nacional do Sector dos Transportes Ferroviários (SNSTF) revelou hoje que pararam mais de 95% dos trabalhadores que deveriam ter entrado ao trabalho e salientou que os serviços mínimos não estão a ser cumpridos.

Um total de 70 comboios, dos 74 previstos, foram suprimidos entre as zero e as 6 horas da manhã devido à greve do sector dos transportes, disse à agência Lusa Ana Portela, porta-voz da CP.

Desde as zero horas, afirmou, foram cancelados os regressos a Lisboa do Sudexpresso e do Lusitânia, um Alfa-pendular, um inter-regional, 21 regionais, 33 dos 36 urbanos de Lisboa, dez dos 11 urbanos do Porto e os dois urbanos de Coimbra.

Ana Portela salientou ainda à Lusa que dois comboios decretados para serem efectuados pelo Tribunal Arbitral na linha Sintra-Azambuja, "não foram realizados por falta de pessoal".

De acordo com o balanço do sindicato, na linha de Sintra “apenas chegou um comboio”, a linha de Cascais "ficou por metade do que estava anunciado, com a agravante de que na maioria das estações os comboios nem sequer pararam", e na da Azambuja "a mesma coisa".

"No Sado não se fez nenhum comboio e no Porto a informação que temos é que a maioria dos comboios que estavam anunciados como serviços mínimos também não se realizou", exemplificou.

A porta voz da CP garantiu que até às 8 horas os serviços mínimos foram cumpridos a 100% no Porto e em 50% em Lisboa, "porque o sindicato dos maquinistas se recusou a cumprir a lei da greve".

"No resto do país, não há comboios porque também não houve serviços mínimos decretados", salientou Ana Portela, citada pela agência Lusa.

O sector dos transportes vive hoje o terceiro dia de greves com a paralisação das empresas ferroviárias CP, CP Carga, Refer e EMEF - Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário Aos protestos juntam-se também os trabalhadores dos CTT.

Também os trabalhadores dos correios iniciaram hoje uma greve parcial, durante períodos de funcionamento e por dois dias. De acordo com fonte sindical, os primeiros números rondam os 50% de adesão.

Os trabalhadores dos CTT vão paralisar durante três horas e meia, nos serviços de tratamento, transportes postais, atendimento, serviços centrais e distribuição, do período normal de trabalho.