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Quinta Avenida de Nova Iorque no fogo cruzado da guerra das rendas

Até há pouco tempo, as grandes marcas de moda estavam dispostas a pagar rendas cada vez mais altas só para ter uma loja na Quinta Avenida, em Manhattan.

03 de Abril de 2021 às 14:00
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Agora, a mundialmente famosa área comercial transformou-se num campo de batalha entre proprietários e inquilinos que procuram uma saída para rendas caríssimas.

É um efeito colateral da pandemia que abala Nova Iorque há mais de um ano. Turistas estrangeiros que davam vida à Quinta Avenida antes do confinamento desapareceram. Espaços fechados com anúncios e placas de "Aluga-se" multiplicam-se.

Os poucos comerciantes que desejam assinar novos contratos estão a exigir grandes descontos. Alguns que estiveram lá este tempo todo - como as lojas da NBA, Valentino e Marc Fisher - estão envolvidos em batalhas legais com os proprietários dos imóveis por causa de rendas atrasadas.

Ao longo de um trecho de aproximadamente 20 quarteirões da Quinta Avenida, um pequeno grupo de proprietários envolvidos em disputas legais espera receber 200 milhões de dólares. Se esses inquilinos forem embora, isso significaria mais vagas num corredor que começava a apresentar dificuldades mesmo antes da pandemia.

"Os números são altos", disse Tom Mullaney, gerente da consultora imobiliária Jones Lang LaSalle. "Se algum dos inquilinos estiver financeiramente stressado e perder, será muito doloroso. Por outro lado, se alguns dos proprietários estiverem superalavancados e com problemas de fluxo de caixa, pode ser traumático para eles também."

Recuperação

Desde março do ano passado, retalhistas em dificuldades nos EUA deixaram de pagar milhares de milhões em rendas, citando vendas perdidas devido às regras de distanciamento social e outras restrições da pandemia. Embora muitas empresas tenham reaberto lojas ou feito acordos com proprietários, alguns negócios gigantes continuam paralisados, sinalizando mais obstáculos para a recuperação da Quinta Avenida.

 

Há muito em jogo para a cidade de Nova Iorque, onde o setor imobiliário comercial sofreu um golpe no último ano. Fachadas de lojas vazias corroem a atratividade da avenida para o regresso dos turistas: cerca de 65% desapareceu em 2020, de acordo com a NYC & Co., a organização de marketing da cidade. Com isso, retalhistas que pagam muito por locais premium precisam de fazer escolhas difíceis.

A NBA manteve a sua loja de três andares no número 545 da Quinta Avenida fechada, mesmo com espaços vizinhos a serem reabertos gradualmente. A liga de basquetebol acumula mais de 8 milhões de dólares em rendas atrasadas, de acordo com Ed Klein, advogado do Moinian Group, proprietário do imóvel. Um representante da NBA não respondeu a pedidos de comentário.

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