Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Pontos polémicos mantêm-se na agenda da assembleia geral

Dos oito pontos da ordem de trabalhos, todos permanecem, para já, na agenda. Espera-se que a proposta de alargamento do conselho geral e de supervisão seja retirada na própria assembleia. Veja aqui o que vai ser discutido e como deverão votar os accionist

15 de Janeiro de 2008 às 00:01
  • ...

Dos oito pontos da ordem de trabalhos, todos permanecem, para já, na agenda. Espera-se que a proposta de alargamento do conselho geral e de supervisão seja retirada na própria assembleia. Veja aqui o que vai ser discutido.

Há um consenso relativamente alargado quanto à eleição de Santos Ferreira para presidente do BCP. Os outros pontos - eleição dos membros da mesa da AG, do conselho de remunerações e de novo ROC - dividem os accionistas. Mas, à partida, terão algumas dificuldades para passarem.

1 - Deliberar sobre a eleição da mesa da assembleia geral (AG) para o triénio 2008/2010

A proposta única sugere António Menezes Cordeiro, líder da mesa da AG da Portugal Telecom, para presidente da mesa da assembleia do BCP. E é subscrita pela Sonangol, EDP, Stanley Ho, José Jorge Valério, Manuel Fino, Moniz da Maia e Joe Berardo.

Quem vota a favor: Todos os proponentes garantem que confirmarão o seu apoio a esta proposta quando chegar a hora da verdade, o que corresponde a 26,4% do capital. O apoio de outros investidores (CGD) pode elevar a cerca de 30% a base de apoio a esta eleição.

Quem vota contra: Eureko, Teixeira Duarte e os accionistas individuais próximos de Jardim Gonçalves deverão votar contra, já que defendem o adiamento desta eleição para Março. Pelo menos um terço do capital do banco deve votar não.

 

2 - Deliberar sobre a eleição do conselho de administração executivo para o triénio 2008/2010

Há duas propostas. Uma sugere que a gestão seja liderada por Santos Ferreira (na foto). A segunda defende que Miguel Cadilhe seja o próximo presidente do BCP.

Quem vota a favor: Santos Ferreira já garantiu a vitória, com o apoio da Eureko, Teixeira Duarte, Berardo, Sonangol, EDP, Stanley Ho, José Valério, Fino, Moniz da Maia, CGD e BPI. É mais de 50% do capital.

Quem vota contra: Miguel Cadilhe tem o voto dos colegas de lista (um milhão de acções) e de alguns investidores individuais tradicionalmente ligados ao banco. Poderá ter do seu lado entre 10% e 15% do capital.

 

3- Deliberar sobre a eleição do conselho de remuneração e previdência para o triénio 2008/2010

Há a proposta de que os salários dos gestores do BCP passem a ser controlados por Joe Berardo e que o conselho de remuneração integre ainda Luís Champalimaud e Manuel Pinto Barbosa.

Quem vota a favor: Todos os subscritores da proposta - Sonangol, EDP, Stanley Ho, José Jorge Valério, Manuel Fino, Moniz da Maia e Joe Berardo - garantem votar este ponto. Também a CGD deve votar sim.

Quem vota contra: Eureko, Teixeira Duarte, institucionais, individuais próximos de Jardim e accionistas que deram procuração de voto a Cadilhe rejeitam esta proposta, que se arrisca a não passar.

 

4 - Deliberar sobre a eleição do revisor oficial de contas (ROC) e seu suplente para o triénio 2008/2010

A proposta única aponta para a eleição de Luís Magalhães e Carlos Loureiro, da Deloitte, ROC efectivo e suplente. Mas o accionista João Pinto Basto solicitou que a proposta não seja votada, pedido que o presidente da mesa vai submeter à assembleia.

Quem vota a favor: Antes da proposta, será votada a solicitação de Pinto Basto, cuja aprovação inviabilizará a eleição dos responsáveis da Deloitte. Caso a eleição vá a votos conta com o apoio da Sonangol, Stanley Ho, José Valério, Fino, Moniz da Maia, Berardo, EDP e CGD.

Quem vota contra: Eureko e Teixeira Duarte, entre outros aliados tradicionais de Jardim Gonçalves, prometem votar contra, já que defendem que a alteração do ROC deve ser feita em Março, mediante proposta do conselho geral e de supervisão.

 

5- Preenchimento de vagas para membros efectivos e suplentes, ocorridas no conselho geral e de supervisão até ao termo do triénio 2006/2008

Há duas propostas. A primeira, de Berardo e aliados, sugere a eleição de um conselheiro efectivo (António Mexia da EDP) e três suplentes. A outra, de Filipe Pinhal, propõe dois membros efectivos (Mexia e Manuel Vicente, da Sonangol) e dois suplentes.

Quem vota a favor: A primeira proposta pode ser retirada. Caso se mantenha na agenda, deverá ter o voto favorável dos seus subscritores.

Quem vota contra: A proposta de Pinhal deverá merecer o voto favorável de investidores como a Teixeira Duarte, a Eureko e outros aliados tradicionais de Jardim Gonçalves.

 

6 - Alargamento do conselho geral e de supervisão para 21 membros efectivos até ao termo do triénio 2006/2008

A proposta visa aumentar de 11 para 21 o número de membros efectivos do órgão de supervisão do BCP, com a justificação de ser conveniente para reforçar "a sua capacidade de intervenção" e assegurar "uma efectiva fiscalização independente".

Quem vota a favor: A proposta não deve ir a votos. Os seus subscritores (Berardo e aliados) admitem deixá-la cair na própria reunião, depois de Santos Ferreira ter assumido que tem condições para liderar a administração sem alterações no órgão de fiscalização.

Quem vota contra: A proposta não deve ir a votos, devendo ser retirada na própria AG. Se, no limite, se mantiver na agenda, será rejeitada pela Eureko, Teixeira Duarte, institucionais e outros aliados de Jardim.

 

7 - Se for aprovado o alargamento proposto no ponto anterior, eleição de membros do conselho geral e de supervisão (CGS) para preenchimento das vagas decorrentes até ao termo do triénio 2006/2008

Há apenas uma proposta que prevê a eleição de dez novos conselheiros efectivos, entre os quais Paula Teixeira da Cruz (mulher do anterior presidente), Alexandre Soares dos Santos, Filipe Botton, Manuel Pinto Barbosa, entre outros.

Quem vota a favor: A proposta não deve ir a votos. Os seus subscritores (Berardo e aliados) admitem deixá-la cair na própria reunião.

Quem vota contra: A proposta não deve ir a votos, devendo ser retirada na própria AG. Se se mantiver na agenda, será rejeitada pela Eureko, Teixeira Duarte, institucionais e outros aliados de Jardim.

 

8 - Ratificação da cooptação de dois membros para o conselho superior (CS) para o mandato em curso que é de 2005/2008

Não há propostas concretas, mas o objectivo é, como prevêem os estatutos do BCP, ratificar a cooptação de dois membros do CS efectuada a 30 de Outubro último. Em causa está a entrada de Manuel Vicente (Sonangol) e de Maarten W. Dijkshoorn (Eureko).

Quem vota a favor: No mínimo, esta eleição deverá merecer o apoio dos accionistas que têm assento no conselho superior do banco.

Quem vota contra: Não é previsível que haja um número significativo de votos contra.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio