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Petrogal justifica revisão dos resultados com custos de reestruturação
A Galp, accionista único da Petrogal, explicou hoje aos seus trabalhadores o facto de os resultados aprovados pelo conselho de administração serem inferiores em 58,66 milhões de euros (11,76 milhões de contos) aos anteriormente apresentados.
Depois de ter apresentado ao conselho de administração, a 27 de Março, resultados antes de impostos no montante de 204, 88 milhões de euros (41,07 milhões de contos), este valor foi posteriormente rectificado para 146,22 milhões de euros (29,31 milhões de contos).
Esta rectificação foi encarada, pela opinião pública, como uma medida para incrementar os resultados da Petrogal no próximo ano, altura em que deverá cotar em Bolsa. Outra das razões apontadas para esta revisão nos resultados foi o facto de o Governo ter aumentado os preços dos combustíveis, o que contrariaria os avultados lucros por parte da empresa petrolífera.
Num comunicado enviado aos trabalhadores, a Galp refere que «foi no contexto da utilização dos princípios de prudência de julgamento na aplicação dos critérios contabilísticos, que a primeira versão dos resultados da Petrogal nos suscitou alguns comentários, tendo a comissão executiva sido mandatada pelo conselho de administração da Petrogal, para proceder a uma revisão dos documentos». A Galp salienta ainda que, «para além de um erro entretanto detectado na contabilização de stocks», esta revisão surgiu no seguimento «da prudência e da convergência com as “melhores práticas” internacionais do sector».
Provisões de reestruturação de 25 milhões de eurosDa diferença entre os resultados submetidos e os aprovados pelo conselho de administração da Galp, destacam-se os 25 milhões de euros (cinco milhões de contos) adicionais destinados para provisões de reestruturação. «Esta provisão visa cobrir os encargos a incorrer pela Petrogal no processo de reorganização do Grupo Galp e teve por base um estudo elaborado pela Galp», explica a mesma fonte.
No restante montante que foi alvo de revisão, a salientar a regularização de existências de produtos acabados no valor de 8,38 milhões de contos (1,68 milhões de contos) e a reversão do registo do acréscimo de proveitos relativo à compensação ainda não satisfeita ao abrigo do protocolo da Apetro (Associação de Empresas Petrolíferas) no valor de 8,43 milhões de euros (1,69 milhões de contos).
Este último movimento deve-se ao facto de «ter sido considerado mais correcto contabilizar o montante da compensação à medida que ela foi recebida, pelo que deixou de ser contemplada no lucro do exercício de 1999». Esta compensação é fruto do aumento do preço do petróleo que não foi reflectido nos custos dos combustíveis.
A Galp salienta ainda que, em 1999, ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores, a Petrogal passou a ter de pagar IRC, pelo que os seus resultados líquidos ascenderam a 110,4 milhões de euros (22,14 milhões de contos).