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Morreu Pedro Sobral, presidente da APEL

Atropelamento na Avenida da Índia, em Lisboa, onde circulava de bicicleta, vitimou este sábado o presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros. Pedro Sobral tinha 51 anos.

O cancelamento na literatura é um fenómeno de vagas. Os livros sempre foram incómodos, diz Pedro Sobral, presidente da APEL. Não é por acaso que as primeiras coisas que os grandes regimes totalitários fazem “é queimar livros”.
Miguel Baltazar
21 de Dezembro de 2024 às 15:54
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O presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Pedro Sobral, morreu hoje, aos 51 anos, na sequência de um atropelamento na Avenida da Índia, Lisboa, onde circulava de bicicleta, confirmou o grupo Leya, em comunicado.

"Foi com profunda e pesada tristeza que a LeYa recebeu, esta manhã, a notícia da trágica morte de Pedro Sobral, administrador das Edições Gerais, na sequência de um atropelamento", referiu a editora, em comunicado.

A notícia de um atropelamento mortal de um ciclista na Avenida da Índia, em Lisboa, tinha sido avançada de manhã por fonte da PSP.

Pedro Sobral, 51 anos, foi atropelado por uma viatura ligeira cujo condutor se pôs em fuga de seguida, apresentando-se às autoridades horas depois, acompanhado por um advogado.

No comunicado, o grupo editorial LeYa lamentou a morte do administrador, considerando que é uma perda com "danos inultrapassáveis" não apenas para todos os que trabalharam de perto com ele, mas também para aqueles que estão ligados ao setor do livro, nomeadamente editores, escritores, livreiros e leitores.

Administrador das Edições Gerais do Grupo LeYa, Pedro Sobral foi nomeado em 2021 presidente da APEL, cargo que ocupava até ao presente, depois de três anos como vice-presidente.

A LeYa garantiu que "tudo fará" para prosseguir o projeto conduzido por Pedro Sobral com a mesma convicção e entusiasmo, referindo que essa será a melhor forma de lhe prestar homenagem e expressar a sua gratidão.

"O Pedro acreditava profundamente no poder dos livros e na liberdade da edição, valores com que ajudou a construir a LeYa", disse a presidente-executiva da LeYa, Ana Rita Bessa.

O Presidente da República também reagiu. "Foi com grande choque que o Presidente da República tomou conhecimento do falecimento de Pedro Sobral, esta manhã em Lisboa, em condições trágicas", refere uma nota divulgada no 'site' da Presidência da República.

Marcelo Rebelo de Sousa assinala que Pedro Sobral "fez um notável trabalho como presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros e fará muita falta ao setor de livro em particular e da Cultura em geral".

"O Presidente da República lembra, em particular, com profundo agradecimento, a parceria com a APEL na Festa do Livro em Belém, na qual Pedro Sobral era um dos principais dinamizadores", acrescenta a nota.

Numa nota de pesar divulgada pelo Ministério da Cultura, também a ministra Dalila Rodrigues manifestou o seu "profundo pesar" e afirmou-se "chocada pela inesperada morte" do presidente da APEL e "parceiro essencial do Ministério da Cultura".

"Reconhecido quer pelo seu espírito crítico e empreendedor, quer pela sua dinâmica aberta ao diálogo, no mercado editorial e livreiro, Pedro Sobral será lembrado pelo seu percurso dedicado aos livros e à importância dos hábitos de leitura no nosso país", lê-se na mensagem assinada pela ministra, que apresenta ainda "sentidas condolências" a familiares e amigos.

Pedro Sobral era licenciado em Economia e em Ciência Política pela Universidade Católica de Lisboa, tendo frequentado o Programa de Gestão Geral na Harvard Business School, nos Estados Unidos.

Com um percurso inicial na área financeira e de consultoria, foi nomeado, em 2004, diretor de Marketing e Vendas no Grupo Almedina.

Em 2008, entrou no Grupo LEYA, como diretor de Marketing e Conteúdo Digital, mais tarde como coordenador da Divisão Editorial e, por fim, administrador das Edições Gerais do grupo.

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