Notícia
Modelo Continente reduz lucros em 36%; aumenta capital (act2)
A Modelo Continete anunciou hoje que teve lucros após interesses minoritários de 46 milhões de euros, menos 36% que no período homólogo, devido à queda do contributo do Brasil, que levou a empresa a realizar um aumento de capital.
As vendas líquidas desceram 4% para 2,6 mil milhões de euros, nos primeiros nove meses deste ano. O EBITDA caiu 16% para 185 milhões de euros e o resultado operacional desceu 28% até aos 101 milhões de euros.
As vendas em Portugal ascenderam a 1,982 mil milhões de euros, aumentando 5% e no Brasil registaram um valor de 2,395 milhões de reais, «o que traduz uma diminuição de 2% em moeda local, ao que não é alheio o contexto de mercado particularmente adverso naquele país», refere a empresa num comunicado.
Depois de convertidas para euros as vendas no Brasil desceram 18% para 991 milhões de euros.
Para o mesmo período a empresa libertou um «cash-flow» operacional de 185 milhões de Euros, valor inferior ao do ano anterior em cerca de 35 milhões de euros mas a que corresponde um rácio sobre vendas líquidas de 7,1%.
A empresa de distribuição do grupo Sonae explica a queda dos lucros «num quadro de uma envolvente externa adversa e de uma quebra no contributo da operação do Brasil muito por força da forte perda de valor do real».
O endividamento financeiro líquido consolidado da empresa ascendia no final de Setembro a 925 milhões de euros. «Este valor é ligeiramente inferior ao do período homólogo de 2001, facto este que espelha a forte capacidade de autofinanciamento da empresa, que tem mantido elevados níveis de investimento», acrescenta a Modelo Continente.
Aumento de capital de 100 milhões de eurosA Modelo Continente vai realizar um aumento de capital de 100 milhões de euros, para 1,1 mil milhões de euros, por novas entradas em dinheiro.
Noutro comunicado a empresa afirma que vai «aumentar o capital social de mil para 1,1 mil milhões de euros, por reforço de 100 milhões de euros, por novas entradas em dinheiro, com a emissão de 100 milhões de novas acções, ordinárias, ao portador, sob a forma escritural, com o valor nominal de 1 euro cada uma»
As acções vão ser oferecidas aos accionistas que exerçam os respectivos direitos de preferência, na proporção de uma acção por cada dez detidas ao preço de 1 euro cada uma, a serem subscritas indirectamente por um sindicato bancário que, as oferecerá aos seus accionistas nos termos e condições que vierem a ser fixados entre a sociedade e o referido sindicato bancário.
As novas acções a emitir, em consequência, do referido aumento de capital terão direito à totalidade do dividendo relativo ao exercício do ano de 2002.
« A empresa acomodará por esta via a manutenção de uma estrutura de capitais sólida e equilibrada, e limitará o impacto contabilístico ao nível dos capitais próprios decorrente da deterioração acentuada da taxa de câmbio da moeda brasileira, posicionando-se assim num patamar considerado desejável para fazer face às suas oportunidades de desenvolvimento», refere a mesma fonte.
A Sonae SGPS é a maior accionista da Modelo Continente, sendo a Carrefour a segunda maior accionista.
A Modelo Continente fechou a cair 1,21% para os 1,63 euros.