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Ministro pede redução do preço dos remédios
O ministro da Saúde apelou ontem à redução do preço dos medicamentos antigos, mas a indústria farmacêutica rejeita essa possibilidade. “É muito difícil baixar mais os preços, depois das duas reduções sucessivas verificadas no espaço de um ano”, afirmou ao
O ministro da Saúde apelou ontem à redução do preço dos medicamentos antigos, mas a indústria farmacêutica rejeita essa possibilidade. "É muito difícil baixar mais os preços, depois das duas reduções sucessivas verificadas no espaço de um ano", afirmou ao CM Gomes Esteves, presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma).
Segundo o "Correio da Manhã", o pedido do titular da pasta da Saúde surgiu no decorrer do Fórum sobre o Doente Crónico, que se realizou em Lisboa. "Quero fazer um apelo especial [...]: para que haja espaço para novos fármacos, nós temos de baixar os preços dos fármacos antigos", disse Correia de Campos.
"Se os países com os quais nos comparamos fizeram baixas enormes – nós limitámo-nos este ano a seis por cento e no próximo ano a seis por cento – a verdade é que a diferença entre os 100 fármacos mais vendidos em Portugal e os compradores internacionais é ainda muito desfavorável em relação a Portugal", considerou o ministro.
O responsável da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) diz que não há espaço de manobra para mais reduções, apontando como alternativa a dinamização do mercado de genéricos.
"O que está no espírito do ministro é o que está no de todos nós: apadrinhar os genéricos, de forma a permitir comparticipar os novos medicamentos, desejados por todos, para o tratamento de doenças do foro oncológico, do HIV ou de doenças como Alzeimer", diz.
Na opinião de Gomes Esteves, a única via para a redução do preço dos medicamentos antigos é ‘transformá-los’ em genéricos. "O preço de um medicamento, quando passa a genérico, cai 35 por cento. Cabe à indústria solicitar essa situação e é isso que tem vindo a ser feito, nomeadamente a nível Europeu." A poupança daqui resultante servirá para comparticipar os novos fármacos, cuja ‘descoberta’ é "extremamente dispendiosa".
Gomes Esteves diz que "o mercado dos genéricos é mais dinâmico do que o ambulatório clássico", o que facilita a passagem dos medicamentos de marca para sem marca.
Quanto à utilização de novos medicamentos, Luís Campos, presidente da Sociedade de Medicina Interna, diz que é necessário seleccionar os doentes que mais beneficiam da nova terapêutica, porque não há possibilidade para todos os doentes. Até agora, contudo, "as limitações existentes ainda não se sentem" nos meios médicos, garantiu.