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Marcelo desafia Estados Unidos a concorrerem a presença no Porto de Sines
O Presidente da República desafiou os Estados Unidos a concorrerem a uma presença no Porto de Sines, defendendo que seria importante estrategicamente como porta de entrada para a Europa.
Numa intervenção em inglês, na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, esta sexta-feira, 31 de maio, Marcelo Rebelo de Sousa desafiou os Estados Unidos a concorrerem a uma presença no Porto de Sines, defendendo que seria importante estrategicamente como porta de entrada para a Europa.
O chefe de Estado insistiu também na importância da presença norte-americana nos Açores e aconselhou-os a não deixarem espaço, por exemplo, à China, alertando que "os que estão ausentes estão sempre errados".
"Vai haver uma decisão sobre Sines. É óbvio, há décadas, que é um ponto vital para entrar na Europa", disse Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando: "Vocês têm de estar lá quando chegar o momento. Não podemos adiar para sempre uma decisão".
O Presidente da República salientou que "os chineses têm sempre um ministro a visitar Sines, quase todos os meses, e não é o único caso, outros países asiáticos também", e referiu que "cabe ao Governo decidir quando definir as regras para esta decisão".
"É importante para os Estados Unidos da América ter essa via, através de Sines, para Portugal, Espanha e depois interconexões com França e assim entrar na Europa Central? É assim tão importante? Então, há que agir", apelou.
Segundo o chefe de Estado, o embaixador norte-americano em Lisboa "está a trabalhar nisso" e "sabe que o tempo está a esgotar-se".
"Penso que é muito interessante para vocês", reforçou.
Antes, e na presença do presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre o desinvestimento dos Estados Unidos da América na Base das Lajes, na ilha Terceira, manifestando-se estupefacto com essa opção.
"Eu não sei o que aconteceu às cabeças americanas, que descobriram há alguns anos que os Açores já não eram estrategicamente importantes para os Estados Unidos da América. Eu disse para mim próprio: é uma loucura", afirmou.
No entanto, adotou um tom de desdramatização, considerando que "o panorama está a mudar" e que estão a ser encontrados "caminhos para resolver o passado".
Sem entrar em detalhes, o Presidente da República acrescentou: "Estamos a dar a volta. Agora é uma questão de imaginação".