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Lucros da Unicer caem 27% em 2002; retrai investimentos em 2003

Os lucros da Unicer caíram 27% em 2002 para os 23,6 milhões de euros. Para contornar a recessão económica, a empresa vai reduzir investimentos, mas estima crescer vendas acima do PIB nacional, afirmou Ferreira de Oliveira, presidente da empresa.

08 de Abril de 2003 às 14:58
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Os lucros da Unicer caíram 27% em 2002 para os 23,6 milhões de euros. Para contornar a recessão económica, a empresa vai reduzir investimentos, mas estima crescer vendas acima do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, afirmou Ferreira de Oliveira, presidente da empresa.

A empresa de bebidas nacionais atingiu um volume de negócios de 388 milhões de euros em 2002, mais 15,2% do que em 2001. Todavia, os lucros da empresa apresentaram uma quebra devido a resultados não recorrentes e aumento de encargos financeiros com a aquisição da Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas (VMPS), explicou a mesma fonte.

O «cash flow» operacional da Unicer cresceu 10,9% para os 100,4 milhões de euros, com a aplicação da nova contabilização do International Account Standards (IAS). O resultado antes de juros, impostos, amortizações e depreciações (EBITDA) ou «cash flow» operacional teria crescido 4,37%, caso tivesse sido apresentado pelas actuais normas contabilísticas.

«Somos a primeira empresa não cotada a adoptar os IAS», referiu Ferreira de Oliveira. A Unicer saiu da Bolsa nacional em 2001.

Com a nova forma de contabilização idêntica à americana, «os resultados contabilísticos vão-se aproximar dos resultados fiscais», facto que poderá ter impacto positivo nos resultados depois de impostos, visto que a Unicer, em 2002, «teve uma cargas tributária de 38 a 39%», destacou Ferreira de Oliveira.

O sector das cervejas continua a representar a maior fatia do volume de negócios da Unicer, mas as águas aumentaram o seu peso na facturação da empresa. No final de 2002, as cervejas contribuíram com 66% para o valor facturado dos anteriores 77% e as águas aumentaram dos 6 para 7%. A Unicer distribui 16 cervejas, entre elas a Super Bock, a Cheers e Clok. No segmento das águas, a Unicer tem as marcas Vitalis, Vidago, Pedras Salgadas.

Unicer reduz investimentos em 27%; vendas crescem

Em 2002, os investimentos da Unicer ascenderam a 48 milhões de euros, dos quais 26% foram aplicados no desenvolvimento do sector cervejeiro, onde a empresa detém uma quota de mercado de 60% no mercado nacional.

«O nível de investimentos vai cair para entre 30 a 35 milhões de euros», referiu Ferreira de Oliveira, à margem da conferência de imprensa.

Esta medida permitirá à empresa estabilizar os resultados líquidos, numa conjuntura de quebra de consumo, explicou Ferreira de Oliveira.

«Fechei o primeiro trimestre com volumes de venda abaixo do orçamento mas devido à contenção de custos, os resultados ficaram em linha com o previsto», afirmou a mesma fonte, que além da quebra de investimentos vai conter custos para fazer face à actual conjuntura de mercado.

Em 2002, o consumo de cerveja em Portugal deverá ter caído 2%.

O valor que será investido «será basicamente investimento recorrente».

A aposta da empresa, no presente ano, estará centrada no lançamento de «uma ou duas novas marcas de vinhos» que se juntarão à marca Vinha das Garças e Quinta da Pedra e no lançamento das águas Melgaço e alavancar o negócio de cafés com a nova marca Bogani.

Nas cervejas, o objectivo é manter a liderança ou mesmo acrescentar clientes à Super Bock, uma vez que Portugal consome menos 10 litros per capita de cerveja do que a nossa vizinha Espanha.

Apesar da quebra de investimentos e da actual conjuntura económica, a Unicer prevê crescer vendas em 2003.

«Temos o dever de crescer um a dois pontos acima do PIB», reforçou Ferreira de Oliveira, sem revelar a tendência de resultados para o presente ano.

Por Bárbara Leite

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