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Líder da Mota-Engil critica atrasos do Estado nos projectos estruturantes
António Mota, presidente da Mota-Engil, criticou, durante o I Fórum da Construção, os atrasos sistemáticos por parte do Estado português no lançamento e adjudicação dos projectos estruturantes de obras públicas em Portugal, acusando a máquina do Estado de
António Mota, presidente da Mota-Engil, criticou, durante o I Fórum da Construção, os atrasos sistemáticos por parte do Estado português no lançamento e adjudicação dos projectos estruturantes de obras públicas em Portugal, acusando a máquina do Estado de «não ter qualquer planeamento estratégico» sobre o assunto.
«Estamos atrasados mais de dez anos em relação a Espanha», adiantou António Mota, porque, na sua opinião, «houve poucas privatizações no sector das águas, dos resíduos sólidos e das concessões rodoviárias».
«Por exemplo, nas concessões rodoviárias ainda estamos na fase de construção, quando em Espanha já estão quase todas em exploração», acusa António Mota.
Este desfasamento tem prejudicado as construtoras portuguesas e promete continuar nos próximos anos. António Mota fez uma enumeração de oito projectos sobre os quais pouco se sabe em termos de definição estratégica de modelos de financiamento e concessão e de prazos de abertura dos concursos e respectivas decisões e adjudicações.
O presidente da Mota-Engil referiu especificamente os casos: da Ota; TGV; metro de Coimbra; metro ligeiro de Lisboa; segunda fase, provavelmente em concessão, do metro do Porto; novas concessões rodoviárias; hospitais; e reabilitação urbana.
António Mota foi, mais uma vez, muito crítico em relação ao programa de concessões rodoviárias, questionando-se se em relação a estes novos concursos anunciados pelo presente Governo iremos assistir ao recorde que existe em Portugal de uma média de cerca de dois anos entre a entrega das propostas e a adjudicação final.
«Somos um mercado instável, sem apoios estatais, que estamos perante um vizinho em crescimento e detentor de uma grande estabilidade», resumiu António Mota, comparando as diferenças entre os mercados português e espanhol de construção e obras públicas.