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JM regista prejuízos de 64 milhões em 2000 (actualização)

(actualiza com mais informação)

A Jerónimo Martins anunciou hoje que obteve um prejuízo de 64 milhões de euros no ano 2000, mais que o esperado pelos analistas contactados pelo Canal de...

29 de Março de 2001 às 21:03
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A Jerónimo Martins anunciou hoje que obteve um prejuízo de 64 milhões de euros no ano 2000, mais que o esperado pelos analistas contactados pelo Canal de Negócios.

Em comunicado a JM refere que os resultados de 2000 foram «influenciados de forma significativa por um conjunto de elementos de natureza excepcional que impôs a criação de provisões superiores a 60 milhões de euros».

Dos analistas contactados ontem pelo Canal de Negócios, o mais pessimista apontava para um prejuízo de 12,6 milhões de euros (2,52 milhões de contos).

A empresa explica que a constituição desta previsão visa reconhecer de forma suficientemente prudente, e logo que foi possível dispor de informação fiável, as consequências de um período extremamente conturbado para a gestão do Grupo.

As provisões efectuadas pela empresa distribuíram-se em 21,5 milhões de euros (4,31 milhões de contos) pela Polónia, 25,2 milhões de euros (5,05 milhões de contos) pela Jerónimo Martins Retalho e 14,4 milhões de euros (2,88 milhões de contos) pelo Recheio.

A empresa explica que estas provisões permitirão a alienação e amortização de activos circulantes de «valor questionável».

A JM diz ainda que, «excluindo os efeitos destas provisões, os resultados líquidos do grupo reflectem alguns indícios de recuperação em relação ao período de maior perturbação da introdução dos novos sistemas de informação».

Devido a estas contas, a JM vai realizar «uma profunda reestruturação (...) que permita relançar o crescimento sustentado do Grupo», refere a empresa.

A JM atribui ainda ao agravamento substancial dos encargos financeiros, decorrentes do aumento do endividamento e das taxas de juro, a obtenção de prejuízos em 2000.

Vendas crescem 19,4%

As vendas consolidadas do grupo cresceram 19,4% ao atingirem os 3,91 mil milhões de euros (783 milhões de contos).

As vendas foram impulsionadas pelo crescimento de vendas das cadeias Sé (Brasil) e Biedronka (Polónia), que, sem contar com a evolução cambial, aumentaram 16,4%.

O volume de negócios da JM no estrangeiro, que representa 38,5% do total, cresceram 42,6% ao totalizarem 1,508 mil milhões de euros (302 milhões de contos).

Em Portugal as vendas da JM ascenderam a 2,4 mil milhões de euros (481 milhões de contos), crescendo 8,3% contra o registado em 1999.

Segundo a empresa, o Grupo Jerónimo Martins foi o único a ganhar quota de mercado (de 28,8% para 29,9%), entre as empresas da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

O «cash flow» operacional da JM totalizou 200 milhões de euros (40 milhões de contos), contra os 256 milhões de euros (51 milhões de contos) registados em 1999.

O resultado operacional totalizou 46,7 milhões de euros (9,54 milhões de contos), sendo que a empresa refere que este valor foi «seriamente afectado pelas provisões de natureza não recorrente, no montante de 62,57 milhões de euros (12,54 milhões de contos)».

Futuro com mais confiança

«O primeiro trimestre de 2001 consolidou os sinais de recuperação de vendas em todas as operações do Grupo, com excepção do segmento de hipermercados na Polónia», refere a JM.

A empresa refere que a recuperação da margem decorrerá à medida que vão sendo implementados procedimentos que permitam reconduzir a quebra de inventário a níveis aceitáveis.

A JM vai implementar um programa de redução de custos, que, devido aos custos de reestruturação, não terão impacto relevante no exercício actual.

A empresa finaliza o comunicado de apresentação de resultado afirmando que «assumirá especial relevância a implementação das medidas de reestruturação financeira que também hoje se anunciam e que permitirão olhar o futuro com mais confiança».

As acções da JM estiveram hoje suspensas.

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