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Inglês que fechou a Clarks está à frente da Move On

Liam Donnelly, inglês que passou pelas fábricas das multinacionais de calçado Ecco e Clarks em Portugal, que fecharam na década passada, é o homem escolhido pela indiana Tata para o cargo de director-geral da Move On (ex-Aerosoles Portugal).

07 de Março de 2011 às 14:02
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Depois de ter estado seis anos na Ecco, a multinacional dinamarquesa que deixou de produzir sapatos em Santa Maria da Feira em 2006, e ficado até ao fim da Clarks no nosso País, em 2003, com o fecho da última fábrica do grupo inglês em Castelo de Paiva, onde empregava 600 pessoas, Liam Donnelly está de volta a Portugal.

Liam Donnelly é director-geral da Move On (ex-Aerosoles Portugal), tendo substituído no cargo de director-geral da empresa Sérgio Sousa, ex-CEO da americana Heinz no Japão, que apenas aguentou cerca de cinco meses na empresa portuguesa.

Donnelly não se revê na informação que o dá como o homem da indiana Tata na Move On, mas há dois factos que apontam nesse sentido: o gestor inglês estava há três anos a trabalhar no sector de calçado na Índia, e assumiu o cargo em Outubro, quando a Tata tomou os primeiros 20% do capital da empresa.

Quanto à actividade da Move On, o director-geral da empresa adiantou aos jornalistas que o orçamento da empresa para este ano aponta para a produção de 1,1 milhões de pares de sapatos, dos quais 400 mil na fábrica de Esmoriz e os restantes 700 mil na fábrica do grupo na Índia.

Esta produção deverá traduzir-se na facturação "da ordem dos 20 milhões de euros, um pouco mais do que as vendas no ano passado", adiantou Donnelly, cujas declarações foram efectuadas, esta manhã, no stand da Move On na Micam, maior feira mundial de calçado que está a decorrer em Milão.

A unidade portuguesa está dedicada apenas à produção da marca própria – cerca de 400 mil pares de sapatos este ano, estando previsto que a fábrica indiana produza outros 200 mil da insígnia Move On. Já o segmento de "private label" (produção para outras marcas), com custos associados bastante mais baixos, está centralizado na unidade da Índia, num total de 500 mil pares.

Na frente de “private label”, registe-se que 90% da produção é absorvida pela inglesa Marks & Spencer, cliente que a empresa tinha perdido e é agora recuperado. A empresa está também a fornecer uma empresa israelita que detém uma rede de lojas na Alemanha.

Já a marca própria está à venda "em centenas de pontos de venda na Europa", assim como nas 57 lojas Move On em Portugal, Espanha, França e Bélgica, cuja empresa insolvente que detinha a rede comercial foi comprada pelo grupo francês Privilégié.

A antiga Investvar (então conhecida por Aerosoles Portugal) é actualmente detida em 48% pelo Fundo recuperação, em 32% pelo PRACCE (da PME Investimentos) e em 20% pelos indianos da Tata. Até Abril, de acordo com o presidente do IAPMEI, a Tata deverá reforçar a sua posição para 51%, através da compra da participação do fundo estatal.

*o jornalista em Milão


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