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Governo conclui venda da EID à britânica Cohort e mantém 20% e "direitos especiais"

O Estado português vai manter uma posição estratégica de 20 por cento do capital e "direitos especiais" na empresa tecnológica de defesa EID, no final de um processo de venda de 80 por cento à britânica Cohort.

Azeredo Lopes - Defesa Nacional: O portuense que lidera a pasta da Defesa não é recordado espontaneamente por quase ninguém (0,1%), apesar de se ter destacado já antes, entre 2006 e 2011, na presidência da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e, desde a eleição de Rui Moreira, como chefe de gabinete do presidente da Câmara do Porto. É por uma décima que José Alberto Azeredo Lopes, professor de Direito Internacional da Universidade Católica, surge com mais avaliações positivas (0,4) do que negativas (0,3).
Marta Poppe
27 de Novembro de 2017 às 07:15
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Em comunicado, o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, congratulou-se hoje com o resultado das negociações, que terminaram na sexta-feira com a venda de uma parcela de 23% da EID (Empresa de Investigação e Desenvolvimento da Eletrónica, SA) por 4,3 milhões de euros.

 

Com a operação, que culmina mais de um ano de negociações, a Cohort passa a deter 80% do capital social da EID e o Estado português mantém "uma participação estratégica de 20%", através da EMPORDEF -- Empresa Portuguesa de Defesa, que fica com 18% e do IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, com 2%.

 

Segundo o Governo, o acordo com a Cohort "estabelece a reserva de direitos especiais de protecção dos interesses do Estado", prevendo a "designação de um membro do Conselho de Administração, a aprovação do plano estratégico da empresa e a autorização para mudança de local de sede e de produção".

 

Pelos 23% da EID, a Cohort já tinha pago, a título de sinal, 408.943 euros, faltando liquidar 3.974.000 euros, é referido no comunicado.

 

"O desfecho salvaguarda, plenamente, os interesses nacionais numa das empresas portuguesas de desenvolvimento tecnológico mais avançadas e estratégicas no domínio da electrónica e das comunicações militares", considera a tutela.

 

Em Junho do ano passado a Cohort anunciou a compra de 56,89% da empresa portuguesa. Na mesma altura, divulgou a intenção de adquirir mais 23%, deixando ao Estado português 20%. A "reserva de direitos especiais" para o Estado português resultou da negociação que ficou concluída na sexta-feira.

 

A EID é uma empresa portuguesa de alta tecnologia, especializada em comunicações navais, comunicações tácticas e sistemas de informação e atua no mercado da Defesa em geral, empregando cerca de 140 trabalhadores.

 

Entre outras empreitadas, a empresa, criada em 1983, equipou com sistemas de controlo de comunicações mais de 140 navios das marinhas de Portugal, Espanha, Reino Unido, Brasil e Austrália, entre outras, e instalou sistemas de intercomunicações em mais de 2.600 viaturas militares portuguesas, alemãs, egípcias, turcas e outras.

 

De Janeiro de 2016 a Abril de 2017, a empresa facturou 28,3 milhões de euros, 24,2 dos quais em exportações.

 

A Cohort, que foi criada em 2006, trabalha nas áreas de sistemas de informação, guerra electrónica, comunicações, cibersegurança e 'drones', entre outras.

 

Em 2014, o governo anterior (PSD/CDS-PP) decidiu alienar a totalidade da EID, mas o actual executivo quis renegociar para manter uma participação pública na empresa, pretendendo "corrigir irregularidades significativas identificadas pela Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM) no procedimento inicial".

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