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Faturação das empresas cresceu 15% em 2021 mas há setores que ainda não recuperaram

Dados do Banco de Portugal mostram também que face a 2020 o EBITDA disparou 40% e a rendibilidade dos capitais próprios mais do que duplicou. Alojamento e Restauração tem a maior subida mas o resultado continua negativo.

Pedro Noel da Luz
14 de Outubro de 2022 às 11:57
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O volume de negócios das empresas aumentou 15,2% em relação a 2020 e 4,6% face a 2019, indicam dados do Banco de Portugal (BdP).

O aumento foi transversal a todos os setores, espelhando a recuperação económica verificada no ano passado, mas "o mesmo não se observa na comparação com 2019, uma vez que alguns setores de atividade ainda não atingiram os valores pré-pandemia, em particular os relacionados com o turismo, como o transporte e armazenagem e o alojamento e restauração".

O aumento da atividade reflete-se também nos resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBITDA), que aumentaram 40,9% em comparação com 2020. A subida foi transversal, ainda que com diferentes expressões. No alojamento e restauração o EBITDA disparou 263,1% e nos transportes e armazenagem cresceu 55,4%.

O gabinete de estatísticas do supervisor financeiro sublinha, no entanto, que estes dois setores – os mais penalizados em 2020 - permaneceram com resultados líquidos e rendibilidade dos capitais próprios negativos, apesar daquela subida.

Em 2021, a rendibilidade dos ativos (rácio entre o EBITDA e o total do ativo) subiu para 7,6%, ultrapassando os de 2020 (5,8%) e regressando a valores de 2019.

A rendibilidade dos capitais próprios (rácio entre o resultado líquido e o capital próprio) atingiu 8,3%, "mais do que duplicando a percentagem de 2020 (3,5%) e ultrapassando os 7,4% observados em 2019".

Menos empresas em risco mas 40% têm prejuízo

Em 2021, fruto do "aumento de atividade e dos níveis de rendibilidade, os indicadores de risco apresentaram sinais de melhoria", escreve o Banco de Portugal.

No ano passado, 39,1% das empresas apresentaram resultados líquidos negativos. É uma melhoria em relação a 2020, quando eram 44,5%, mas ainda não recupera o nível de 2019, quando essa proporção era de 36,9%. A redução da percentagem foi transversal à generalidade dos setores.

Uma em cada três empresas teve EBITDA negativo, uma melhoria face aos 38% de 2020. Mas o resultado antes de amortizações, depreciações, juros e impostos não foi suficiente para cobrir os gastos de financiamento em 14,8% delas, valor abaixo dos 18,6% verificados em 2020.

Mais de um quarto das empresas (26,3%) tinha passivo superior ao ativo (ou seja, tinham capital próprio negativo). O valor é semelhante ao de 2020 (26,7%).

No panorama geral houve um aumento da autonomia financeira: o peso do capital próprio das empresas nos respetivos balanços aumentou para 38,7% (era 38,0% em 2020). O incremento aconteceu na generalidade dos setores, "com destaque para o setor dos transportes e armazenagem, que apresentou um aumento de 4,6 pontos percentuais, para 23,4%", conclui o BdP.
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