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Empresa portuguesa suspeita de comprar madeira ilegal à República Democrática do Congo

A Interarrod, uma empresa de exportação e importação de madeiras sediada no Porto, terá recebido entre junho e outubro do ano passado 200 metros cúbicos de madeira adquiridos à Industrie Forestière du Congo.

Reuters
14 de Março de 2019 às 00:10
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Dez empresas europeias, entre as quais uma portuguesa, terão importado em 2018 madeira explorada ilegalmente na República Democrática do Congo (RDCongo), denunciou hoje a organização não-governamental (ONG) Global Witness.

 

Segundo o relatório hoje divulgado, a Interarrod, uma empresa de exportação e importação de madeiras sediada no Porto, terá recebido entre junho e outubro do ano passado 200 metros cúbicos de madeira adquiridos à Industrie Forestière du Congo (IFCO), o segundo maior exportador de madeira da RDCongo.

 

A IFCO recebeu em 2018 duas concessões anteriormente concedidas à Cotrefor, uma empresa associada à exploração madeireira ilegal e sob suspeita de ser controlada por um conglomerado libanês que está na lista de sanções do Tesouro norte-americano por alegadamente financiar o movimento xiita libanês Hezbollah.

 

A Global Witness acusa a IFCO de ignorar as leis florestais congolesas, pondo em perigo florestas tropicais que estão criticamente ameaçadas, mas também de violar a legislação europeia que regula o comércio de produtos de madeira com países terceiros (EUTR, na sigla inglesa).

 

A ONG diz que as dez empresas europeias compraram, no seu conjunto, mais de 1.400 metros cúbicos de madeira ilegal ou de risco num valor aproximado de dois milhões de euros, em apenas cinco meses e deviam abster-se de adquirir madeira à IFCO enquanto são investigadas as alegadas violações da lei.

 

Além da portuguesa Interarrod, estão nesta lista as francesas Edwood, Angot Bois, FRance Noyer, Timbearth e Carbon Market Timbre, a espanhola Troncos y Asserrados Tropicales, a italiana TimTrade e a belga Exott

 

A Global Witness afirma que a IFCO explora ilegalmente madeira fora das áreas concessionadas e que continuou a operar mesmo quando as autoridades obrigaram a empresa a suspender atividade por violar as leis laborais e ambientais congolesas.

 

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