Notícia
EarBoxWear ataca lá fora com táctica viral de "guerrilha"
Start-up já recolheu 300 mil euros para o inovador capuz com colunas
Pedro Filipe criou a empresa com um amigo formado em engenharia têxtil.
Foi numa "conversa de sofá" que Pedro Filipe, estudante de Escultura com experiência no desenho de roupa para jovens, e João Oliveira, aluno de Engenharia Têxtil, criaram as camisolas da EarBoxWear, que integram no capuz um inovador sistema de áudio (ligado ao iPod ou "smartphone") que permite ouvir música sem os auriculares, que provocam alheamento exterior que, só em Londres, provoca 19 acidentes por dia.
Dois meses depois, em Agosto de 2010, tinham já uma pequena colecção fabricada pela Confecções Chouselas (ainda hoje parceira industrial) e meteram-se numa carrinha rumo ao Sudoeste. A meio do festival receberam a "boa notícia" de que os Invicta Angels queriam investir na ideia. Sem experiência na gestão, cometeram o erro habitual: querer ficar com uma percentagem grande. Em duas rondas de investimento recolheram um total de 300 mil euros e têm na mão 30% da empresa e um acordo para fazer crescer a participação mediante o cumprimento de objectivos.
Após fechar 2013 com mais de duas mil unidades vendidas (o custo unitário varia entre 40 e 150 euros) e uma receita acima de 120 mil euros gerada quase em exclusivo em Portugal - "mandámos algumas peças para França, Alemanha, EUA, Canadá e Brasil, mas apenas pingam", admitiu Pedro Filipe -, a start-up está a preparar a internacionalização. Num mercado "completamente saturado de marcas poderosíssimas", como a Billabong ou a Rip Curl, que "tomam conta do surf, do skate ou das bicicletas", querem replicar lá fora a estratégia com que conseguiram internamente entrar em nichos de mercado, sempre sem produzir grandes stocks e sem recorrer a revendedores.
Os dois jovens até já conseguiram que os artistas Eddie Vedder, Snoop Dogg ou Gabriel, o Pensador vestissem EarBox, mas a publicidade ou as fotografias com o produto já envolvem os agentes e valores que não podem suportar. "Então temos uma estratégia diferente: muitos embaixadores, no chamado marketing de guerrilha, espalhados viralmente pelo Youtube. É assim que estamos a conseguir ir para o exterior através dos 'gamers', dos 'skaters', do pessoal do Parkour. Eles são os nossos revendedores, cativam os fãs e levam uma percentagem directa", detalhou o gestor da marca, que estreou recentemente as vendas físicas na Fnac de Braga.