Notícia
Dona da Taylor's aumentou 12% as vendas em 2012
Todas as áreas de negócio do grupo de vinho do Porto The Fladgate Partnership (TFP) contribuíram para o aumento da facturação no ano passado, para 90,1 milhões de euros.
A TFP, que detém as marcas Taylor's, Fonseca e Croft, aumentou no ano passado a facturação em 12% face a 2011, para 90,1 milhões de euros. Num ano em que investiu seis milhões de euros para transferir grande parte da área produtiva e das linhas de engarrafamento do centro histórico de Gaia para uma antiga propriedade da Real Companhia Velha - que comprara em 2011 por 21 milhões de euros -, o lucro do grupo de vinho do Porto caiu ligeiramente de 4,9 para 4,7 milhões de euros.
Os resultados de 2012, que foram apresentados esta quarta-feira pelo CEO Adrian Bridge (na foto), mostram um crescimento de 1% das vendas de vinho Porto, para 53,4 milhões de euros, e um incremento de 16% na actividade de Distribuição (tem o maior grossista de bebidas da zona Norte), que totalizou 22,6 milhões de euros.
Apesar dos centros de visita às caves também começarem a ser um "negócio interessante", incluindo para as vendas de vinho que realizam no final, continua a ser o hotel vínico Yeatman, em Gaia, o grande responsável pelo aumento de 46% das receitas do Turismo, para 8,5 milhões de euros.
Considerando o enoturismo como "uma grande oportunidade para a Fladgate e para Portugal", Adrian Bridge prevê que esta unidade de cinco estrelas com 82 quartos aumente em 2013 a taxa de ocupação de 53% para 62%, e anunciou que os preços vão subir 20% em 2014.
Finalmente, na rubrica "Outros" dos resultados financeiros destaca-se o novo serviço de engarrafamento - além do vinho produzido pelo grupo também tem como clientes a Real Companhia Velha, a Ramos Pinto ou o Esporão -, que apesar de ter arrancado apenas em Maio contribuiu com 5,6 milhões de euros (mais 129% face ao período homólogo) para a facturação do grupo.
Mais de metade dos compradores de vinho falam inglês
No "core business" do vinho do Porto, a The Fladgate Partnership, que emprega no total perto de 530 pessoas, tem uma exposição de apenas 9% ao mercado nacional e vende para perto de 80 países. Ainda assim, mais de metade (60%) dos compradores de vinhos falam inglês como língua materna: o Reino Unido continua a ser o melhor mercado (32% do total), seguido pelos Estados Unidos (17%) e o Canadá (10%).
O grupo representa 12% do volume e 15% do valor das vendas do sector. No que toca à produção de vinho do Porto "Premium", em que está especializado, representa um terço das vendas, com uma quota de mercado de 34% no Reino Unido, 38% no Canadá e 30% nos Estados Unidos, que são os mercados que mais compram estas categorias especiais.
A Taylor's é a principal referência comercial do grupo, com presença em 64 países, valendo 55% das vendas de vinho do Porto com marcas próprias (têm também a Fonseca e a Croft). Considerando estas três marcas, as categorias especiais representam dois terços das vendas em volume. Esta repartição "Premium" baixa para quase um terço do total quando são considerados também os vinhos do Porto "correntes" que produzem para o Continente, para a britânica Marks & Spencer ou para a Real Companhia Velha.
Em todo o sector do vinho do Porto, as categorias especiais - vendidas a um preço superior - ainda valem apenas 20% das vendas em volume. Em euros, a facturação do sector recuperou em 2012 parte da quebra de 4% que tinha registado no ano anterior, subindo as vendas de 353,4 milhões para 359,1 milhões de euros.
"Esta transferência do volume para o valor tem grandes implicações para o Douro. O vinho do Porto não está em crise, mas está o Douro [a região em que é produzido] porque está orientado para o volume e não para o valor", apontou Adrian Bridge. O gestor deu como exemplo o "Benefício", fixado todos os anos no Comunicado de Vindima, que determina a quantidade de mosto generoso que, somando a aguardente que é preciso adicionar, fixa a quantidade de vinho do Porto que pode ser produzida na vindima seguinte.