A Fitch diz que a crise que tem assolado o mercado de capitais não vai afectar a banca em Portugal. Num relatório publicado hoje, a agência aplaude as contas semestrais dos maiores bancos e diz que o BCP foi o único a apresentar uma quebra de lucros, devido à OPA e às menores receitas das operações financeiras de mercado.

A Fitch classifica de "sólidas" as contas apresentadas pelos maiores bancos portugueses na primeira metade de 2007.

Afirma que todos conseguiram aumentar os resultados operacionais, bem como os lucros, à excepção do BCP que anunciou uma quebra nas contas semestrais.

A Fitch explica este desempenho com os custos assumidos com a OPA lançada sobre o BPI  e com as menores receitas provenientes das operações financeiras de mercado.

A agência de notação afirma que "não espera problemas de liquidez entre os maiores bancos" nacionais. Este estudo engloba a CGD, o BCP, o BES, o Totta e o Banco BPI.

"Caso haja um aperto e as actuais condições de crédito nos mercados de capitais internacionais se prolonguem", então a banca portuguesa "poderá atrasar ou limitar as novas emissões, mas o impacto deverá ser limitado", diz a equipa de analistas liderada por Roger Turro.

A casa refere ainda que a banca nacional tem uma base de depósitos alargada e estável e instrumentos de financiamento com maturidades diversificadas, o que dá margem para atravessar eventuais dificuldades de financiamento no mercado interbancário.