A CP- Caminhos de Ferro Portugueses encontra-se «tecnicamente falida», podendo deixar de pagar salários a partir de Junho, noticia hoje o «Diário Notícias» citando fonte próxima da administração.

O porta voz da CP não confirmou a notícia, referindo que esta era «hilariante», embora adianta-se que estão em curso negociações para encontrar um sistema de contratualização com o Estado, formando parcerias. Para este responsável da transportadora, aquilo que «o Estado paga, não chega para cobrir o serviço público que a ferroviária assegura».

A situação financeira da empresa tem vindo a agravar-se nos últimos anos, mesmo depois dos financiamentos que o Estado tem efectuado, superior a mil milhões de euros (200 milhões de contos).

Segundo a fonte citada «a situação financeira da CP é 20 milhões negativa» o que acontece pela primeira vez na história da empresa».

Os prejuízos apurados em 2000, ascenderam a 284 milhões de euros (57 milhões de contos), mais 34,9 milhões de euros (7 milhões de contos) que em 1999.

Jorge Barnabé, porta voz da secretaria de Estado dos Transportes assegurou àquele diário que «evidentemente não está em causa o pagamento dos ordenados», mas adianta que «estão a ser estudadas novas formas de gestão para a ferrovia».

A partir de Junho, vão começar a ser pagos os subsídios de férias o que vai agravar a situação financeira da empresa e poderá por em causa o pagamento dos salários, situação que só pode ser resolvida através da injecção de dinheiro por parte do Estado. A CP emprega 13 mil trabalhadores.