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Clix vai investir na desagregação do lacete local

O Clix vai mudar a sua estratégia, devendo investir mais na desagregação do lacete local, para deixar de ser cliente da Portugal Telecom, anunciou hoje em conferência de imprensa o director-geral da empresa da Sonaecom, Pedro Pina.

Negócios 20 de Janeiro de 2004 às 12:26
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O Clix vai mudar a sua estratégia, devendo investir mais na desagregação do lacete local, para deixar de ser cliente da Portugal Telecom, anunciou hoje em conferência de imprensa o director-geral da empresa da Sonaecom, Pedro Pina.

No dia do anúncio oficial da suspensão da oferta a novos clientes de Internet de banda larga (ADSL), o Clix garante, no entanto, que “não vamos cruzar os braços. Estamos a procurar alternativas à rede PT. O Clix quer deixar de ser cliente da Portugal Telecom”, afirmou Pedro Pina, salientando que a estratégia para a desagregação do lacete local deverá ser anunciada “dentro de poucos dias”.

Pedro Pina esclareceu estar “a tornar-se manifestamente insustentável que sejamos clientes e concorrentes do principal fornecedor, a PT” e se “não consegue passar pela eficácia do regulador tem de passar por uma mudança de estratégia”, pelo que “vamos desenvolver cada vez mais ofertas que dependam da própria rede”.

E lembra que no seio do grupo Sonaecom [SNC] há duas redes: a fixa, da Novis, e a móvel, da Optimus, e é sobre essas duas redes que a empresa está a preparar oferta de Internet em banda larga.

Sem esta oferta, com a suspensão da banda larga e com a redução no número de clientes de banda estreita, Pedro Pina diz que a situação é sustentável apenas por mais um ano e garante que já fez saber isso mesmo à Anacom – Autoridade Nacional das Comunicações há dois anos.

Aliás, Pedro Pina, em conferência de imprensa, foi bastante crítico em relação à actuação do regulador, que diz ter tido uma atitude passiva.

O director-geral do Clix diz mesmo que foi face à atitude do regulador que a empresa decidiu apresentar queixa junto da Autoridade de Concorrência em relação ao abuso de posição dominante da PT no mercado de Internet de banda larga.

O Clix garante que já perdeu entre 5 e 6 milhões de euros com esta oferta. E cada cliente – são cerca de oito mil os clientes de ADSL do Clix – representa uma perda de cerca de 12 euros.

As condições que o Clix quer ver satisfeitas para retomar a oferta não diferem das reivindicadas pelo IOL – o primeiro fornecedor de acesso à Internet a suspender o serviço de ADSL.

O Clix quer que a Anacom actue para que haja uma protecção estrutural das margens, ou seja, que o mecanismo de protecção das margens seja abrangente a qualquer oferta da PT Comunicações e seja integral e correctamente aplicada.

É que, segundo Pedro Pina, a existente tem merecido várias interpretações, já que se o Clix considera que deveria abranger todos os custos inerentes ao serviço, já a PT Comunicações considera que só abrange a mensalidade.

Por outro lado, o Clix pretende ver a taxa de activação reduzida e orientada para os custos. E pretende ainda que comece a haver uma proposta de referência para o ADSL e não apenas uma oferta grossista.

Sonaecom prepara queixa em Bruxelas

Além da queixa apresentada à Autoridade de Concorrência, que está em processo de investigação, a Sonaecom prepara, paralelamente, uma queixa à Comissão Europeia mas sobre um âmbito distinto.

Daniela Antão, responsável de regulação do grupo Sonaecom, explicou que o caso em Bruxelas é distinto. “A Sonaecom defende a separação da rede de cabo e é esse o objectivo da acção em Bruxelas”.

A Sonaecom garante que já reuniu com funcionários da Comissão Europeia e já tem um advogado a trabalhar sobre a queixa.

As acções da Sonaecom seguiam nos 2,94 euros, a descer 1,01%.

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