"Quem diria, há dois ou três anos, que iríamos comprar a líder do setor ‘pet’ nos países nórdicos?" Foi com a mensagem-chave "2024 foi um ano memorável para a Sonae" que Cláudia Azevedo arrancou a apresentação das contas do grupo relativas ao exercício do ano passado, numa conferência de imprensa que decorreu na manhã desta quinta-feira, 20 de março, na Maia.

E como "quem deixa de investir perde a liderança", a Sonae atingiu em 2024 o valor recorde de investimento de 1.589 milhões de euros, mais do que duplicando os 665 milhões de 2023.

Um valor de investimento "dificilmente replicável tão cedo", sinalizou Cláudia Azevedo, que enfatizou o facto de todos os negócios da Sonae terem "crescido" em 2024, "em tempos tão incertos", enaltecendo "a vantagem de grupo diversificado" que corporiza o universo Sonae.

O investimento operacional dos negócios (capex) foi de 467 milhões de euros, tendo o realizado em aquisições ascendido a 1.121 milhões de euros, com destaque para os realizados na Musti, na Druni e na compra de 89,1% da francesa BCF Life Sciences por 160,5 milhões de euros.

Resultado: a dívida líquida consolidada da Sonae mais do triplicou de 526 milhões em dezembro de 2023 para 1,6 mil milhões de euros no final do ano passado. 

"Num mundo muito instável, temos que ser mais conservadores desse lado", admitiu, a propósito, Cláudia Azevedo.

"A Sonae continua empenhada na geração de "cash flow" e na realocação de capital em determinadas áreas, enquanto investe estrategicamente para solidificar a liderança dos seus negócios e reduzir os níveis de alavancagem", tinha já avançado grupo maiato no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).




A Sonae fechou o ano de 2024 com lucros de 223 milhões de euros, menos 134 milhões do que no ano anterior, e um aumento da faturação em 18,4% para o valor recorde de 10 mil milhões de euros.