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CEO que mentem têm mais dificuldade em escapar a serem demitidos

14 CEO norte-americanos foram demitidos por falhas éticas entre 2012 e 2016. Nos mercados emergentes, uma repressão a subornos levou a um aumento de 141% no número de CEO demitidos.

Bruno Simão/Negócios
20 de Maio de 2017 às 17:00
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O número de presidentes executivos (CEO) demitidos por lapsos éticos mais que duplicou nos EUA e no Canadá nos últimos cinco anos — segundo os especialistas, este é um sinal de que os administradores das empresas estão cada vez menos predispostos a tolerar o mau comportamento.

 

14 CEO norte-americanos foram demitidos por falhas éticas entre 2012 e 2016, em comparação com seis nos cinco anos anteriores, segundo um estudo realizado pela PwC com 2.500 empresas internacionais.

 

Os especialistas incluíram executivos que saíram tanto por má conduta própria quanto por má conduta dos seus funcionários: por exemplo, se um CEO fosse obrigado a sair devido a uma fraude generalizada na organização, este caso também contaria.

 

Os conselhos internacionais também estão a tornar-se mais intolerantes, e as demissões subiram 36% durante o período de cinco anos terminado em 2016 em comparação com o período anterior. Estas expulsões — e o comportamento que as antecedeu — são caras, porque desencadeiam o pagamento de indemnizações dispendiosas e quedas do preço das acções.

 

O valor da acção costuma cair 13,5% em relação ao índice regional de uma companhia durante o período de dois anos que ronda a demissão de um CEO, de acordo com a PwC, e os executivos frequentemente embolsam dezenas de milhões no processo de saída.

 

Além dos custos financeiros imediatos, a demissão de um CEO por conduta inadequada prejudica a reputação de uma empresa nos cinco anos seguintes ao incidente, de acordo com uma análise realizada em 2016 pela Universidade de Stanford que estudou 38 exemplos de chefes com má conduta entre 2000 e 2015. Outro estudo de Stanford concluiu que mais de metade da população geral apoia a demissão de chefes com má conduta.

 

Gary Neilson, um dos autores do estudo da PwC, disse que diversos factores convergiram para reduzir a probabilidade de que um conselho faça vistas grossas diante de lapsos éticos. Os accionistas activistas estão mais insistentes, e os administradores têm novas responsabilidades em relação a condutas ilegais nas empresas. Com a tecnologia, ficou mais fácil monitorizar e comprovar delitos, e qualquer indignação pública é amplificada pelas redes sociais. Nos mercados emergentes, uma repressão a subornos levou a um aumento de 141% no número de CEO demitidos.

 

Para aliviar os custos e, talvez, a injustiça percebida quando um CEO que engana ou mente recebe uma indemnização milionária, mais conselhos de administração procuram a capacidade de exigir compensação se um executivo se envolver em irregularidades que causam uma redefinição financeira. O conselho administração da Wells Fargo recuperou 180 milhões de dólares de funcionários, inclusivamente do ex-CEO John Stumpf e da ex-direvtora de bancos comunitários Carrie Tolstedt, como resultado de um escândalo que envolveu legiões de contas falsas abertas sem permissão dos clientes.

 

"Estamos a atravessar um período de redefinição", afirmou Neilson, da PwC. "Com o tempo, à medida que as companhias ficarem melhores nisto, os números devem cair. Grande parte disto tem a ver com a descoberta."

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