Por cá, a greve dos pilotos da TAP entre dia 1 e 10 de Maio tem feito correr muita tinta. Voos cancelados, passageiros desesperados e exasperados nos aeroportos, 10 milhões de euros perdidos nos três primeiros dias e o Governo a manter o calendário da privatização.

Mas, na Alemanha, várias greves em simultâneo também estão a fazer estragos. Não só a paralisação dos maquinistas está a provocar grandes dissabores como também a greve dos funcionários da Prosegur responsáveis por encherem as máquinas multibanco em Berlim está a levar a que as ATM da capital fiquem sem euros.

A greve nos comboios de mercadorias, iniciada esta segunda-feira, 4 de Maio, já se alargou hoje aos de passageiros. E está previsto que só termine no domingo. Os sindicatos exigem um aumento nos salários e menos horas de trabalho semanal.

Apesar de a empresa ferroviária do país, Deutche Bahn, assegurar que parte dos serviços estão restabelecidos, as viagens sofrem cancelamentos e atrasos e as auto-estradas estão a ficar cada vez mais entupidas.

Em simultâneo, 150 dos 350 trabalhadores da empresa de segurança Prosegur que abastecem as ATM de Berlim ficaram em casa. Resultado: Cada vez menos dinheiro disponível no multibanco.

"A Prosegur está a trabalhar intensamente na elaboração de planos de urgência", anunciou esta terça-feira a empresa em comunicado citado pela agência Bloomberg. No entanto, ressalvou que não pode excluir a possibilidade de as ATM na região de Berlim-Potsdam-Frankfurt Oder ficarem por encher.

Segundo o jornal alemão Handelsbaltt, o sindicato Ver.di - que agrupa os trabalhadores da Prosegur e que convocou a greve em exigência de um aumento salarial - sublinhou que praticamente todos os bancos na Alemanha estão a ser afectados.

Os funcionários de transporte de valores da Prosegur mantêm a paralisação e a disputa com a entidade laboral não parece ter ainda fim à vista. "Tudo vai depender de como a empresa reage. Há neste momento muitas ATM vazias", referiu um porta-voz do Ver.di em declarações à Bloomberg.