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Acionista português da dona do Minipreço pede revisão das condições do aumento de capital

O investidor português Luís Amaral pediu, como acionista minoritário da DIA, à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários espanhola (CNMV) para rever as condições do aumento de capital, considerando que o preço fixado é demasiado baixo.

Bruno Simão/Negócios
21 de Maio de 2021 às 13:57
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A mensagem foi enviada esta sexta-feira através da empresa Western Gate, controlada por Luís Amaral e proprietária de 2,18% do capital da cadeia de supermercados, que se junta assim às críticas expressas na quinta-feira por outro acionista minoritário, a Naturinvest, proprietária de uma participação de 4,01%.

Amaral pediu num comunicado ao regulador para "ter em conta os acionistas minoritários ao autorizar as condições do aumento de capital" e manifestou o seu apoio à Naturinvest especificamente.

Insta a CNMV a rever "o preço de subscrição de 0,02 euros e a relação de troca correspondente, que deveria ser mais favorável para os acionistas minoritários".

Além disto, também pediu alterações para permitir ao maior acionista, LetterOne (controlada pelo magnata russo Mikhail Fridman e proprietário de 76% das ações), aceder à segunda tranche no caso desta não ser totalmente subscrita.

"A CNMV deve também ter em conta que a conversão da dívida em capital próprio é suficiente para colocar a DIA numa posição adequada para enfrentar o futuro e, portanto, estas condições diluidoras não são necessárias", disse o investidor português.

O aumento de 1.028 milhões de euros proposto pela DIA - que deverá ser aprovado na assembleia de acionistas de 31 de maio - está dividido em duas tranches, uma de 769 milhões que a LetterOne se comprometeu a subscrever e outra de 259 milhões destinada aos acionistas minoritários, que verão a sua participação diluída se não participarem.

Este aumento será realizado através da emissão de mais de 51.000 milhões de novas ações, cada uma com um valor de dois cêntimos (um cêntimo de valor nominal e um cêntimo de prémio).

Na bolsa de valores, as ações da DIA caíram durante várias sessões após o anúncio dos detalhes da operação, um movimento descendente que os analistas associaram ao preço de dois cêntimos fixado, significativamente abaixo das expectativas do mercado.

Luís Amaral recordou hoje a crise que a empresa atravessou nos últimos anos, desde que foram detetadas irregularidades contabilísticas no final de 2018, e considerou que os acionistas minoritários que continuam a apoiar a empresa não merecem este tratamento.

"A empresa já não se encontra numa situação difícil que exija um desconto deste tipo (...) Parece-nos extremamente injusto para os acionistas minoritários que ajudaram a empresa a ultrapassar um período decisivo", argumentou.

Os responsáveis da Western Gate especificaram que são a favor do aumento para a DIA limpar o seu balanço e para que possa enfrentar o plano de transformação, mas opõem-se às condições estabelecidas, pelo que solicitam à CNMV que "reveja o prospeto".

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