A Teixeira Duarte (TD) informa, em comunicado à CMVM, que as perdas decorrentes da dissolução da SATU Oeiras ascenderão a 42,4 milhões de Euros.

A Teixeira Duarte - Engenharia e Construções [participada a 100% da TD] é titular de uma participação de 49% na empresa municipal SATU Oeiras – Sistema Automático de Transporte Urbano, relativamente à qual está ainda em curso uma Assembleia Geral para deliberação sobre uma proposta para a respectiva dissolução, Assembleia Geral essa cujos trabalhos foram suspensos e se prevê que sejam retomados dia 21 de Abril de 2015, refere o comunicado.

Uma vez que "foram divulgadas algumas notícias que podem induzir o mercado no sentido de que, na sequência da provável dissolução daquela participada, a Teixeira Duarte - Engenharia e Construções pudesse vir a registar prejuízos de 40 milhões de euros, entendeu-se adequado" fazer um esclarecimento, acrescenta o grupo liderado por Pedro Teixeira Duarte (na foto).

Assim, até 31 de Dezembro de 2013, explica o comunicado, a Teixeira Duarte - Engenharia e Construções já tinha registado nas suas contas perdas resultantes dessa sua participação no valor global de cerca de 39,6 milhões de euros.

Até ao final do terceiro trimestre de 2014 – data a que se reportam as últimas contas divulgadas ao mercado pela Teixeira Duarte –, também já foram registadas as correspondentes perdas, no montante de 1,3 milhões de euros.

Relativamente ao último trimestre de 2014 e ao ano de 2015, estima-se que a Teixeira Duarte - Engenharia e Construções registe perdas de cerca de 1,5 milhões de euros relacionadas com a mencionada participação, diz ainda o documento.

Ou seja, contas feitas, a dissolução da SATU Oeiras fará com que a Teixeira Duarte incorra numa perda total de 42,4 milhões de euros.

"Mais se informa que, com o encerramento do sistema operado pela aludida SATU Oeiras, a Teixeira Duarte - Engenharia e Construções deixará de ter quaisquer encargos relativos a esta participação", conclui o comunicado.

Recorde-se que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, determinou no passado dia 29 de Agosto a "dissolução oficiosa" da empresa municipal SATU Oeiras, responsável pelo projecto da ligação ferroviária, por monocarril, entre Paço de Arcos e o Cacém, no concelho de Sintra.

A decisão — que tem por base a verificação de três das quatro situações de natureza financeira que implicam a dissolução obrigatória das empresas municipais — foi comunicada no passado dia 14 de Outubro ao presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas, que a transmitiu posteriormente aos vereadores durante a reunião do executivo.

Ontem, 8 de Abril, Alexandra Tavares de Moura, vereadora e presidente da estrutura local do Partido Socialista, relembrou durante a reunião de Câmara de Oeiras que "já nessa altura o PS havia manifestado a sua concordância com a decisão oficiosa da Sra. Ministra das Finanças" que será efectivada pelo Município de Oeiras e pela Teixeira Duarte, parceiros na empresa municipal que gere a SATU, no dia 31 de Maio deste ano.