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Trabalhadores da distribuição em greve a 1 de maio

"Contra a precariedade", "pelo aumento dos salários" e pelo "fim imediato dos bloqueios à negociação coletiva". Trabalhadores da distribuição convocam paralisação de 24 horas para o Dia Internacional do Trabalhador.

Diana do Mar dianamar@negocios.pt 30 de Abril de 2024 às 15:29
O Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (Sitese) convocou, para o próximo 1 de maio, uma greve de 24 horas dos trabalhadores de empresas filiadas na Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

Em comunicado, enviado esta terça-feira às redações, o Sitese comunica que a paralisação tem início às 00:00 e termo às 24:00 de 1 de maio.

O sindicato elenca uma série de razões para a greve, a começar desde logo pelo "respeito pelo Dia Internacional do Trabalhador" que - alega - "se perdeu totalmente neste setor" e pelo "trabalho digno".

A paralisação surge em protesto "contra a precariedade dos vínculos e dos horários", pelo "aumento dos salários e pela defesa dos direitos dos trabalhadores", pelo "respeito e exigência do cumprimento integral da negociação coletiva" e "pelo fim imediato dos bloqueios à negociação coletiva".

"Mais um ano que passa sem que a APED se sente à mesa negocial de forma honesta e com intenção de rever as condições de trabalho no setor. Mais um ano, portanto, em que está cada um por si e em que o resultado é o esperado: as empresas são das mais lucrativas do país e os seus trabalhadores são dos que menos ganham", lamenta o SITESE, apontando que a postura da APED "revela que as condições de trabalho não lhes causam qualquer preocupação e os trabalhadores não podem ficar indiferentes a isso".

A 17 de abril, a APED, que representa 207 empresas do retalho (alimentar e especializado) que contam com mais de 4.500 lojas, empregam 145 mil trabalhadores, contribuindo com 12% para o Produto Interno Bruto (PIB), definiu as pessoas com um dos quatro eixos da sua visão estratégica para 2026. "Não há boas empresas sem pessoas motivadas. Queremos tornar o setor mais atrativo, que seja um setor que pague bem, que motive os trabalhadores, oferecendo boas práticas e novas formas de trabalhar, acomodando os seus anseios", afirmou o diretor-geral.

Na altura, em declarações ao Negócios, Gonçalo Lobo Xavier sublinhou que têm vindo a ser realizadas reuniões com os dois sindicatos  - tanto com o Sitese (afeto à UGT) como com o CESP (Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, afeto à CGTP), com um vaivém de propostas e contrapropostas. "Estamos a fazer esforços" para chegar acordo, garante, embora reconhecendo que "os separa a questão salarial".

Em dezembro, nas vésperas de Natal, o Sitese realizou uma greve de dois dias, enquanto em março foi a vez do CESP avançar com uma paralisação que, aliás, tem vindo a realizar "ações de luta", tendo a mais recente sido realizada esta terça-feira em frente ao Centro Comercial Almada Fórum.

Ambas as estruturas sindicais argumentam que a contratação coletiva é "desvalorizada" e acusam as empresas de distribuição de recusar negociar a melhoria das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores, incluindo atualizar a tabela salarial, apesar dos lucros que acumulam.

O Sitese assinou, em 2022, uma alteração parcial ao Contrato Coletivo de Trabalho (CCT), enquanto os trabalhadores associados ao CESP mantém as condições do CCT de 2016.

(Notícia atualizada a 1 de maio para corrigir informação relativa ao CCT)

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