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Lucros da Jerónimo Martins crescem 48% para 324 milhões até setembro
A dona da cadeia de supermercados Pingo Doce fechou os primeiros nove meses do ano com lucros líquidos de 324 milhões de euros, alavancados pelo crescimento das vendas.
A Jerónimo Martins registou lucros de 324 milhões de euros entre janeiro e setembro, refletindo um aumento de 47,7% em termos anuais homólogos.
Em comunicado, enviado esta quarta-feira à CMVM, o grupo atribui o "bom desempenho" ao crescimento das vendas que subiram 7,1% para os 15,2 mil milhões de euros.
Já a margem EBITDA [lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] cresceu de 7,3% para 7,5% nos primeiros nove meses do ano, "refletindo o sólido LFL [Like-For-Like, indicador de vendas comparáveis] consolidado de 7,1%, o ‘mix’ positivo de margem e os ganhos de eficiência, que permitiram limitar o impacto do imposto sobre as vendas de retalho implementado na Polónia".
Em paralelo, "a forte geração de caixa" permitiu ao grupo "encerrar o período com uma posição líquida (excluindo responsabilidades com locações operacionais capitalizadas) de 655 milhões de euros", indica a retalhista em comunicado, destacando que "a flexibilidade das insígnias para prosseguirem as prioridades estratégicas e entregarem resultados em circunstâncias que permanecem marcadas pela incerteza".
A principal marca do grupo, a polaca Biedronka, viu as vendas aumentarem 10,3% em moeda local nos primeiros nove meses do ano, com as comparáveis a subirem 7,8%. Contas feitas em euros, as vendas renderam 10,6 mil milhões (ou seja, mais 7,3% face a igual período do ano passado), com a marca da "joaninha" a gerar assim 70% da receita arrecadada pelo grupo.
A também polaca Hebe viu igualmente a faturação engordar entre janeiro e setembro, com as vendas totais em moeda local a crescerem 10,8%. O grande "pulo" deu-se na internet, já que a empresa "mais do que duplicou as vendas online" nos primeiros nove meses do ano", de acordo os resultados apresentados esta quarta-feira.
Crescimento em Portugal apesar da conjuntura
Em Portugal, a Jerónimo Martins assinala que "à retoma lenta do consumo juntou-se a recessão da atividade turística que continua a afetar a economia", mas dá conta de que, mesmo assim, isso não travou um crescimento em toda a linha das operações do grupo. "O Pingo Doce e o Recheio aumentaram vendas e resultados, apesar das circunstâncias de mercado se terem mantido exigentes, sobretudo até julho, com a circulação de pessoas a permanecer baixa e um setor HoReCa [hotéis, restaurantes e cafés]" ainda muito fragilizado", realça o presidente do grupo, Pedro Soares dos Santos, citado no mesmo comunicado.
Em números: o Pingo Doce viu as vendas aumentarem 3,9% para 3 mil milhões de euros, contribuindo com menos de um quinto (19,4%) para o total encaixado pelo grupo nos primeiros nove meses do ano. Já as vendas do Recheio cresceram 3,2% para 660 milhões de euros, impulsionadas pelo desempenho registado no terceiro trimestre, o que representa 4,3% nas receitas da Jerónimo Martins.
Na Colômbia, a Jerónimo Martins assinala que "o ambiente operacional melhorou", apontando que "o número diário de infeções [de covid-19] foi controlado" e que "as tensões sociais, apesar de persistirem, não impactaram a cadeia de abastecimento nacional da mesma forma" do que no período compreendido entre abril e junho.
Beneficiando também de um "contexto de recuperação da atividade – face ao segundo e terceiros trimestres de 2020, em que "o país permaneceu num estrito confinamento" –, a Ara obteve um "forte crescimento" das vendas de 31,6% em moeda local. Em euros, e em concreto, as vendas da insígnia do grupo na América Latina atingiram 758 milhões, ou seja, mais 23,1% do que nos primeiros nove meses de 2020. Um cenário ao qual não foi alheia "a execução do programa de expansão, que adicionou 64 lojas à rede no período em análise e que tem já o ‘pipeline’ assegurado até ao final do ano".
Para o que resta de 2021, e atendendo aos resultados "já conseguidos", a Jerónimo Martins mostra-se confiante de que vai atingir os objetivos de crescimento traçados para o ano, apesar da "incerteza em torno da evolução da pandemia".
"Todas as nossas insígnias estão preparadas para se adaptar às circunstâncias e encontrar novas vias de crescimento para entregar mais um ano de forte desempenho", sublinhou Pedro Soares dos Santos, citado no mesmo comunicado.