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Dona do Minipreço reduz prejuízos em termos globais, mas em Portugal agravam-se
O grupo espanhol DIA reduziu os prejuízos no primeiro semestre do ano para 104,8 milhões de euros. Já em Portugal, a dona do Minipreço viu as perdas agravarem-se.
Portugal e Espanha agravaram as perdas, mas Argentina e sobretudo o Brasil compensaram, com o grupo espanhol DIA a fechar os primeiros seis meses do ano com prejuízos de 104,8 milhões de euros, menos 44,2% do que em igual período do ano passado. Em comunicado, divulgado esta quarta-feira, o grupo atribui o feito à "redução das perdas financeiras, beneficiadas por uma gestão ativa do risco de taxa de câmbio".
A melhoria foi impulsionada pelas operações no Brasil, onde os prejuízos encolheram de 118,7 milhões para 22,2 milhões de euros. Seguiu-se a Argentina que registou perdas na ordem dos 9,3 milhões de euros entre janeiro e junho, contra 11,2 milhões de euros em igual período do ano passado. Em contrapartida, o grupo agravou as perdas na Península Ibérica: em Espanha, o principal mercado do grupo, os prejuízos subiram de 51 milhões para 64,2 milhões de euros, enquanto em Portugal agravaram de 6,6 milhões para 8,9 milhões de euros, de acordo com dados comunicados pelo DIA à Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV).
Em termos globais, as vendas líquidas do grupo caíram 9,1% no primeiro semestre do ano para 3.193 milhões de euros, como consequência da diminuição (de 6,4%) no número de lojas e da desvalorização do real e do peso argentino (de 17% e 35%, respetivamente, comparando a taxa de variação média do semestre com o primeiro semestre de 2020).
Em Portugal, as vendas líquidas atingiram 296,3 milhões de euros entre janeiro e junho, refletindo uma queda de 4,2% face à primeira metade do ano passado. Para isso, contribuíram "as restrições nos horários de abertura de lojas e uma base de lojas 12,1% menor", mas também "a base comparativa excecional" dos primeiros seis meses do ano passado, assinala o grupo.
Neste quadro, Portugal foi ainda assim o que sofreu menos. Na Argentina a queda das vendas líquidas foi de 7,1%, enquanto em Espanha atingiu 7,7%. Já no Brasil o "tombo" foi de 21,1% face ao primeiro semestre de 2020, devido "à diminuição de 14,2% do número de lojas após o encerramento estratégico de localizações não rentáveis e uma depreciação do real brasileiro de 17%".
No final de junho, o grupo contava com 5.993 lojas, das quais 499 em Portugal, onde, entre janeiro e junho, foram encerradas 77 – todas lojas próprias da insígnia Clarel, cujo fecho de operações foi anunciado no início do ano. Uma loja própria DIA e cinco franquias também fecharam portas. Em contrapartida, foram abertas 11 lojas (10 próprias e uma franquia), com a transferência de próprias a franquia a totalizar 15.
Em comunicado, o grupo DIA informa ainda ter concluído o processo de capitalização e refinanciamento global, uma operação que descreve como o "maior marco financeiro conquistado pela empresa nos últimos dois anos".
"No dia 2 de setembro foram satisfeitas com êxito todas as condições suspensivas necessárias para a eficácia e fecho final da operação global de capitalização e refinanciamento anunciadas pela empresa, no passado mês de março, o que pressupõe a redução do endividamento financeiro líquido da companhia em cerca de 75% [1.028 milhões de euros] e a extensão dos seus vencimentos de dívida para os anos 2025 e 2026", especifica na mesma nota enviada às redações.
"A conclusão do acordo global em redor da estrutura de capital e refinanciamento do grupo DIA representa um marco estratégico para a empresa e o culminar de um processo complexo de melhoria da sua estrutura de capital que apoiará a aceleração da transformação do negócio e os planos de crescimento do grupo", comentou o presidente executivo do DIA, Stephan DuCharme.