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Café mais antigo do Porto fechado. Sem Avillez nem Cafeína Downtown

O Progresso fechou no Natal de 2018 e foi vendido ao grupo José Avillez, que prometia a reabertura para o verão seguinte, agora sob o nome Cafeína Downtown. Mas o projeto caiu, garante Vasco Mourão, que readquiriu os restaurantes e comprou o imóvel do café ao chef estrelado.

Fundado em setembro de 1899, o café Progresso fechou no Natal de 2018.
25 de Julho de 2020 às 15:00
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Quem lá passa, na Rua do Ator João Guedes, junto à Praça de Carlos Alberto, ainda lê na fachada: "O café mais antigo do Porto."

Aberto em 24 de setembro de 1899, o Progresso ganhou fama devido sobretudo às suas torradas e ao café de saco, e terá sido também dos primeiros a servir o café "expresso", ao qual ainda hoje muitos portuenses chamam de "cimbalino", porque era então tirado nas máquinas La Cimbali.

Até que chegou o verão de 2017, quando o centenário Progresso começou a perder a sua identidade. Foi vendido ao empresário Diogo Batista, que juntamente com os seus amigos Artur Ribeiro e Pedro Sá Pereira, reabriram o estabelecimento ainda nessa estação.

Mas a revolução operada na decoração e no serviço do café foi chumbada pelos antigos clientes. Sem sucesso, o "novo" Progresso durou pouco mais de um ano, tendo fechado no Natal de 2018.

É então adquirido pelo grupo José Avillez, que tinha comprado pouco tempo antes, ao empresário Vasco Mourão, o controlo (75%) do grupo Cafeína, que é constituído pelos restaurantes Cafeína, Terra, Portarossa, Casa Vasco e Panca (entretanto rebatizado como Tasca Vasco).

"No prédio do Café Progresso, que tem uma localização estrategicamente interessante, prevemos abrir o Cafeína Downtown até ao próximo verão, onde vamos criar cerca de duas dezenas de postos de trabalho", prometia Mourão ao Negócios, a 9 de janeiro de 2019.

A ideia passava por replicar o conceito Cafeína no centro da cidade do Porto. Instalado numa charmosa casa do século XIX, na zona nobre da Foz, o Cafeína é o espaço mais internacional deste grupo de restauração, que até há pouco tempo orgulhava-se de os estrangeiros representarem mais de um terço da sua clientela.

Mas o antigo Progresso continuou impávido o sereno, mantendo-se encerrado e sem ponta de obras. E assim deverá permanecer nos próximos tempos.

Em plena pandemia, mudou novamente de dono, que descarta categoricamente a possibilidade de ressuscitar o projeto Cafeína Downtown.

"Não sei o que irei lá fazer, mas já não será cafeína Downtown", garantiu Vasco Mourão ao Negócios.

"Ainda é cedo. Tenho tido algumas propostas para o imóvel. Admito até vender ou alugar", afirmou o empresário, que acaba de recomprar o grupo Cafeína à "holding" José Avillez, num negócio que incluiu esse edifício na Baixa do Porto, que passou a ser propriedade de uma sociedade controlada por Mourão.

Curiosidade final: a marca Progresso continua nas mãos dos donos que estiveram no estertor do café mais antigo do Porto.


Nota: Este artigo foi alvo de um direito de resposta.

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