Ana Isabel Trigo de Morais, directora-geral da APED alertou esta quarta-feira para o que identificou como “pressão inflacionista” sobre os preços. A responsável, que esta quarta-feira fez a apresentação do barómetro da APED (sobre dados das consultores AC Nielsen, GfK e Kantar), explicou que entre Julho e Setembro o volume de vendas associado ao consumo dos lares em Portugal registou um aumento de 1,1% face ao homólogo de 2011, para 1,1%.

Os produtos de grande consumo de alta rotação (“fast moving consumer goods” ou FMCG) permaneceram pratigamente estagnados em vendas, com uma subida de 0,4%, para 2,8 mil milhões de euros de vendas no terceiro trimestre. Já os perecíveis (produtos frescos como hortaliças) registaram um aumento de 2,8%, para 1,1 mil milhões de euros.  

O aumento de 6,5%do preço médio verificado no período, deve-se sobretudo a uma “pressão sobre o preço”, no sentido ascendente”, que os operadores têm vido a suportar, garantiu. “Mas isto segura-se até um certo ponto”, sublinhou.

A inflação média de 2,4%, com subidas até 3,2% durante o ano, afirmou, é uma pressão que, a somar a uma matriz de “menor consumo, mais carga fiscal e mais custos de contexto”, em que o clima de confiança existente para os investidores está em baixo, leva a uma “espiral” que, receia a direcção da APED, pode levar “a um aumento de preços” no próximo ano.