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António juntou azul ao aico com Prudência e criou um negócio de 30 milhões a partir da Lixa

A Azulaico, que se apresenta como empresa líder em soluções “premium” para arquitetura e design de interiores, conta com 80 trabalhadores e acaba de abrir no Porto a sua “flagship store”, querendo reposicionar a marca como “luxury brand”.

18 de Dezembro de 2024 às 16:59
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Oriundo de uma família de Amarante  ligada à venda de materiais de construção, António Magalhães decide em 1986 lançar-se num novo negócio, vocacionado para a decoração de interiores, juntamente com a sua mulher – e "parceira de guerra", como o próprio diz – Prudência Cunha.

 

Aplicaram as suas economias em viagens "para conhecer outras realidades e trazer artigos e materiais que em Portugal ainda não existiam" e, com a ajuda de alguns arquitetos e designers de interiores, conseguiram reunir o "know-how" necessário e entrar nesse universo, "com produtos e marcas topo de gama", para cozinhas, casas de banho, revestimentos e pavimentos cerâmicos.

 

E, assim, nasceu a Azulaico, nome que junta "azul", de azulejo, e "aico", palavra que derivou do grego "arché", que significa "origem".

 

"O seu objetivo era ajudar as pessoas a criar algo de diferente nas suas casas, algo que se identificasse com a sua personalidade, em primeiro lugar dedicado às pessoas da Lixa – a sua terra, da qual se orgulha muito –, daí a instalação do primeiro espaço nessa cidade", conta o filho Óscar Magalhães, diretor-geral da Azulaico.

 

Depois da primeira loja e sede da empresa, instalada na Avenida da República daquela freguesia de Felgueiras, a Azulaico viria a construir, em 2004, uma nova loja e centro logístico em Lousada, criado com o objetivo de oferecer mais espaço para stock, de forma a assegurar maior capacidade de resposta e rapidez aos pedidos dos clientes.

 

Segunda geração leva a Azulaico para destinos como Dubai e Dinamarca  

 

Em 2013, a gestão da empresa ganha uma lufada de ar fresco com a entrada dos filhos, Óscar e Rita Magalhães, atual diretora financeira da Azulaico.

 

Com esta nova geração, a Azulaico investe na digitalização, "procurement", aumento do portefólio de produtos, sistemas informáticos mais avançados, com o objetivo de aumentar a robustez financeira e de automatizar os processos de organização e planeamento desde a compra, stock e entrega ao cliente.

 

"Recentemente, existe também um investimento em sustentabilidade, através da procura de parceiros e fornecedores com materiais mais sustentáveis e processos que tenham menor impacto no ambiente, uma filosofia que a empresa passa a incorporar na sua atividade, como regra e ‘asset’ da marca", sustenta Óscar Magalhães.

 

Com formação em Gestão e em Economia, Óscar e Rita têm idades muito próximas – 35 e 37 anos – e, sendo os únicos filhos numa empresa de raiz familiar, "a sucessão foi um processo natural, simples e tranquilo", afirma o diretor-geral da Azulaico.

 

Os pais e sócios fundadores, António e Prudência, continuam com funções na empresa e suporte ativo aos seus filhos.

 

De acordo com o diretor geral, a Azulaico, que emprega 80 pessoas, vai fechar o exercício de 2024 com um volume de negócios de 30 milhões de euros, mais 11% face ao registado no ano passado.

 

"As exportações estão agora a começar a crescer e são realizadas de forma indireta através dos parceiros, para países como Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Dinamarca e Dubai", salienta Óscar Magalhães.

 

Entre os "mais de 300 profissionais" que compõem o seu atual portefólio de clientes encontram-se empresas de arquitetura e design de interiores como Broadway Malyan, a VVArq – Arquitetura e Interiores, Rebelo de Andrade, FFC Arquitetura, entre outros.

 

"Flagship" da Azulaico abre na portuense Boavista a tempo do Natal

 

Entretanto, no dia 5 de dezembro, a empresa inaugurou, em plena Avenida da Boavista, na nobre zona portuense do Aviz, aquela que passa a ser a "flasgship store" da marca – um espaço de 200 metros quadrados, tendo "o investimento apenas no interior da loja ultrapassado os 500 mil euros, aplicados nos pavimentos, paredes, cúpulas e peças únicas".

 

"Em 2024, este é o grande passo em frente, no sentido de reposicionar a marca Azulaico como ‘luxury brand’, vocacionada para o segmento ‘premium’, ao mesmo tempo que cria um espaço que alia arquitetura e arte, especialmente dedicado a arquitetos, designers de interiores e criativos", sublinha o diretor geral da empresa.

 

"A Azulaico chega agora à cosmopolita cidade do Porto para redefinir os padrões do design de interiores, com a maior oferta de cerâmicos de revestimento exclusivo e artigos de banho únicos", enfatiza o mesmo gestor, frisando que, "mais do que uma loja", o espaço portuense "integra a essência de uma galeria de arte".

 

Projetada pelos arquitetos Fernando Coelho e Miguel Diogo, o espaço "é uma montra de obras-primas exclusivas criadas por designers internacionalmente famosos".

 

A coleção inclui peças icónicas de Patricia Urquiola, Marco Zanuso, Jasper Morrison e Hannes Wettstein, entre outros, e de marcas tão sonantes como Gessi, Axor, Mutina ou Bisazza.

A Azulaico possui atualmente cinco espaços, totalizando mais de cinco mil metros quadrados de exposição.

 

E para quando a chegada à capital? "A estratégia da empresa integra a abertura de um novo espaço, num universo temporal de três a cinco anos, em Lisboa", sinaliza Óscar Magalhães.

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