O "chairman" do BPI avisou o Governo de Passos Coelho para os riscos potenciais da situação no Banco Espírito Santo (BES).

Fernando Ulrich, então CEO da instituição financeira, revelou no julgamento do caso, que tinha conversas frequentes com o ministério das Finanças sobre o sistema financeiro e manifestou ao ministro das Finanças os seus receios sobre o BES.

"Numa reunião com o Vítor Gaspar disse-lhe que estava preocupado com o BES", disse em respostas ao advogado Miguel Mateus Vaz, que representa lesados assistentes no processo.

"Vinham sempre as perguntas sobre o BCP, e respondi que o BCP tinha coisas a resolver mas não preocupava. Estava preocupado era com o BES", afirmou.

O banqueiro acrescentou que alguns dias depois desse encontro, recebeu uma chamada telefónica do diretor de supervisão do Banco de Portugal, que tinha sido informado pelo Governo sobre os seus receios. Com o responsável do BdP partilhou a informação que tinha disponível, parte dela do conhecimento do supervisor, e outra parte que não o era.