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Nuno Amado: “Não entendo” porque é que a ajuda da troika para a banca não foi toda usada

O presidente do BCP exclui a possibilidade de novo reforço de capital do banco, critica o facto de a banca ter de pagar por erros de outros, referindo-se ao BES, e defende que se venda o Novo Banco, numa entrevista ao Expresso.

Miguel Baltazar
Negócios 11 de Fevereiro de 2017 às 11:13
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O presidente do BCP considera que a grande banca portuguesa, confinada à Caixa Geral de Depósitos e ao BCP, está no bom caminho para regressar à rentabilidade. Em entrevista ao Expresso publicada este sábado, 11 de Fevereiro, diz não entender porque é que os 12 mil milhões de euros da linha de crédito para a banca da troika não foram totalmente usados e defende que o Novo Banco seja vendido.

 

Depois do reforço de capital do BCP e do que a CGD deverá fazer, o sistema financeiro nacional está "no caminho certo, a caminho da rentabilidade", afirma Nuno Amado, que admite que a banca nacional continua a registar prejuízos devido ao nível de imparidades, mas "como as imparidades têm a tendência para cair, a rentabilidade futura do sector será melhor do que foi nos últimos quatro anos".

 

Questionado sobre se a linha de crédito concedida no âmbito do resgate financeiro de Portugal podia ter sido melhor aproveitada o presidente do BCP diz não entender porque não foi usada. "Não entendo, nem sei porque é que os 12 mil milhões de euros não foram utilizados na íntegra. Não tenho informação. Mas visto à poteriori podia."

 

O responsável realçou que o BCP já devolveu a ajuda financeira que recebeu do Estado – tendo devolvido os últimos 700 milhões esta semana - , uma ajuda que não custou um euro aos portugueses. O BCP, salientou, pagou mesmo "mais de 1.100 milhões de euros" ao Estado, entre juros, comissões e contribuição extraordinária.

 

Nuno Amado voltou a rejeitar a necessidade de um novo aumento de capital do BCP, depois de ter concluído o reforço de capital no montante de 1,33 mil milhões de euros há cerca de uma semana.

 

No que respeita à emissão de dívida que conte para capital, Nuno Amado rejeita este cenário, afirmando que "não está previsto no nosso plano base. Não precisamos. Em 2018 logo veremos. Não queremos ser os primeiros", admite, acrescentando: "como a Caixa vai ter de o fazer, deixemos a Caixa avançar e saber onde vai colocar essa dívida obrigacionista".

 

Sobre o caso do BES e a intervenção no banco através do Fundo de Resolução, Nuno Amado deixa críticas. "Tivemos um concorrente que andou a actuar de uma forma menos adequada e agora o sistema português vai pagar o que se passou, à nossa custa, dos nossos accionistas e do nosso banco". "Não é só irónico, é profundamente injusto", afirmou.

 

Quanto a Novo Banco, Nuno Amado diz que o BCP está fora da corrida. Ainda assim, se a venda da instituição financeira falhar, o responsável admite voltar a analisar o processo.

"A minha recomendação para o Novo Banco é: venda quem o pode vender", afirmou, numa entrevista onde diz que preferia uma solução que excluísse a nacionalização, defendendo que o ideal teria sido um processo de consolidação, já que esse cenário reforçaria a economia.

 

 

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