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Novo Banco esperava usar valor do mecanismo de capital, diz diretor de risco
Carlos Brandão, diretor do departamento de risco global do Novo Banco e porta-voz do banco para a comissão parlamentar de inquérito, foi ouvido esta quarta-feira no Parlamento.
O responsável foi questionado pelo deputado do PSD Alberto Fonseca sobre se a expectativa de utilização deste mecanismo pela Comissão Europeia - entre 3,3 mil milhões de euros no cenário base e 3,9 mil milhões no cenário adverso - "não era muito diferente da expectativa que o banco tinha", Carlos Brandão disse que essa conclusão era "correta".
O deputado disse ainda que a expectativa "não foi ocultada a nenhuma outra entidade" quanto ao "potencial de utilização" das chamadas de capital ao Fundo de Resolução. "Acredito que sim", disse Carlos Brandão, ex-CEO do Bankinter, assegurando que "não tomamos decisões em função daquilo que poderá ser o valor utilizado ou não no CCA".
O Novo Banco já recebeu perto de 2,9 mil milhões de euros no âmbito deste mecanismo. E está agora à espera de receber uma nova injeção, que deverá rondar os 430 milhões de euros, um valor abaixo dos quase 600 milhões de euros que foram pedidos pelo banco liderado por António Ramalho.
Foi em março que o Novo Banco anunciou a escolha de Carlos Brandão como porta-voz para todos os assuntos relacionados com a comissão de inquérito à instituição financeira. O objetivo, referiu o banco à data, foi "poder esclarecer em detalhe quaisquer dúvidas no âmbito da Comissão de Inquérito ao Novo Banco"
Esta manhã, os deputados irão ainda ouvir Nelson Martins, ex-diretor do departamento de auditoria interna do Novo Banco.