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Montepio aumenta lucros em 59,5% para 21,7 milhões em 2019

O banco liderado por Pedro Leitão reportou esta noite as suas contas do ano passado, com os lucros a aumentarem 59,5% face a 2018.

Nuno Ferreira Santos / Público
05 de Maio de 2020 às 01:14
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O Banco Montepio registou lucros de 21,7 milhões de euros em 2019, um aumento de 59,55% face aos 13,6 milhões reportados um ano antes (valor reexpresso, já que o valor inicialmente reportado tinha sido de 12,5 milhões).

 

"A evolução do resultado líquido em 2019 traduziu o efeito positivo associado ao aumento do resultado operacional antes de imparidades, não obstante a redução dos resultados de operações em descontinuação", sublinha o banco no relatório e contas divulgado junto da CMVM.

 

A instituição financeira liderada por Pedro Leitão (na foto) – que foi nomeado a 9 de janeiro de 2020 para presidente executivo, em substituição de Dulce Mota (que ocupou o cargo de CEO de forma temporária, pelo facto de Carlos Tavares não pode acumular essas funções com as de "chairman") – refere também que o produto bancário no ano passado totalizou 429,5 milhões de euros, uma subida de 13,8% (face aos 377,4 milhões de 2018).

 

Este acréscimo foi suportado pela "evolução favorável do resultado de operações financeiras, dos outros resultados de exploração e das comissões líquidas, não obstante os contributos desfavoráveis da margem financeira e dos rendimentos de instrumentos de capital".

 

A margem financeira do banco situou-se, no mesmo período, em 236,8 milhões de euros, contra 248,1 milhões em 2018. A evolução desta rubrica "foi determinada desfavoravelmente pela diminuição dos juros referentes à carteira de crédito e às disponibilidades em OIC, e pelo acréscimo nos juros pagos pela divida subordinada, e positivamente pela redução alcançada nos juros pagos pelos recursos de OIC, pelos depósitos de clientes e pela dívida sénior emitida", refere o banco.

 

No que diz respeito aos custos operacionais, estes diminuíram em 2% face a 2018, fixando-se em 254,3 milhões de euros. A sustentar esteve a redução dos gastos gerais administrativos em 12,2 milhões de euros (-15,7%), apesar do acréscimo registado nos custos com pessoal em 1,6 milhões de euros (+1,0%) e nas amortizações e depreciações em 5,3 milhões de euros (+20,6%).

 

O nível dos custos operacionais "reflete o esforço que tem vindo a ser desenvolvido pelo Banco Montepio de racionalização da estrutura e de otimização de custos, num contexto de investimentos essenciais para a digitalização da atividade bancária e para cumprimento dos requisitos regulamentares e de compliance", explica.

 

Já as dotações para imparidades e provisões totalizaram 141,1 milhões de euros, um aumento de 53,2% (49 milhões de euros) face ao período homólogo de 2018 (reexpresso).

 

A contribuir para esta subida estiveram os acréscimos de imparidade de crédito em 48 milhões de euros e de imparidade de outros ativos financeiros em 6,6 milhões de euros, não obstante a redução de imparidade de outros ativos em 1,5 milhões de euros e das outras provisões em 4,1 milhões de euros, explica o Banco Montepio.

 

Recorde-se que o Montepio era o único banco que ainda não tinha apresentado as contas de 2019. A 20 de março, o jornal Público referiu que a auditora PwC tinha pedido ao Montepio para criar uma provisão para a dívida de Isabel dos Santos. Uma situação que atrasou o fecho das contas do banco relativas a 2019 (que deveriam ter sido apresentadas até 30 de abril).

 

Em causa estava um financiamento de quase 80 milhões de de euros, do qual uma parte em situação de incumprimento ou reestruturação. E o facto de se criar uma provisão deste montante travou o fecho das contas devido a divergências nos critérios de reporte no balanço da exposição à empresária.

 

Os empréstimos em causa – de mais de 65 milhões – foram negociados junto do Montepio em Portugal, mas também junto do Finibanco em Angola.  No final de fevereiro, o Montepio registava ainda empréstimos no valor de 40 milhões de euros à Nova Cimangola, empresa liderada pelo marido de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo.

(notícia atualizada à 01:34 de 5 de maio)

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